LAGOA DE MONTANHAS
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
SEQUESTRADORA DE POPÓ É SUPLENTE DE VEREADOR
A delegada titular da Divisão Especializada no Combate ao Crime Organizado (Deicor), Sheila Freitas, durante coletiva realizada ontem à tarde, esclareceu como os policiais realizaram a prisão de mais uma acusada de participar do sequestro de Porcino Segundo, o Popó. Orlandina Torres Carneiro, 33 anos, é a nona pessoa indiciada criminalmente pela autoria do sequestro do estudante que passou 37 dias em cativeiro entre Parnamirim e a praia de Pitangui, em Extremoz.
Orlandina foi presa na tarde da última quarta-feira, em Fortaleza-CE, quando participava do velório de um parente. Ela é apontada pela polícia como a responsável pelo financiamento do bando. "Foi ela quem alugou as casas que foram usadas como cativeiro e comprava os mantimentos com o dinheiro dela. Ela era quem custeava tudo", disse Sheila.
Segundo a delegada, Orlandina era parceira de crime do sequestrador Paulo Victor e já havia sido presa duas vezes: no ano de 2010, na cidade de Assu, e anos antes, no Distrito Federal. O motivo das prisões foi o mesmo: estelionato. A acusada ficou nove meses presa em Mossoró e desde o ano passado reside em Natal. "Ela conta que na capital potiguar não cometia crimes, mas confessou que aplicava golpes nas cidades de Recife-PE e João Pessoa-PB", afirmou Sheila. Orlandina está presa no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Emaús. A prisão foi autorizada pela pela juíza de Ceará-Mirim, Valentina Damasceno, que expediu um mandato de prisão preventiva.
Além de Orlandina Torres Carneiro, a Deicor indiciou mais duas mulheres, Antônia Berenice Damasceno Lima e Leonora Gomes de Sena, conforme os autos que estão em tramitação na Vara Criminal da Comarca de Ceará-Mirim. Berenice Damasceno Lima está em liberdade condicional desde 28 de setembro de 2011. Ela havia sido autuada criminalmente pelo crime de favorecimento à prostituição e exploração sexual, crime tipificado no artigo 228 do Código Penal Brasileiro. Ambas ainda não foram encontradas pela polícia.
Para chegar à Orlandina, a delegada Sheila explicou que a polícia contou com a ajuda de um integrante do bando que sequestrou Popó. Sheila explicou que a Deicor recebeu uma ligação anônima contando detalhes do crime. "Investigamos e confirmamos que a pessoa que estava ligando, na verdade faz parte do grupo de sequestradores", contou. Além dessa pessoa, que não teve a identidade revelada, Sheila confirmou que outros integrantes do grupo que estão presos ajudaram na investigação.
No dia do estouro do cativeiro, 24 de julho, em Pitangui, o sequestrador Francisco Genério Bruno da Silva, o "Cabeção", foi morto durante confronto com a Polícia, motivo pelo qual a juíza Valentina de Lima Damasceno vai extinguir a sua punibilidade.
Nessa ocasião também foram presos Paulo Victor Lopes Monteiro, tido como líder da quadrilha e a namorada dele Bruna de Pinho Landim, além de José Orlando Evangelista Silva, preso em Japecanga, em Parnamirim e Anderson de Souza Nascimento, que saiu na operação policial que libertou "Popó" do cativeiro.
Além dessas quatro prisões iniciais, um dia depois do "estouro" do cativeiro a Polícia Civil prendeu Luís Eduardo Lima Magalhães Filho, identificado a partir da gravação de imagem de um telejornal local, feita quando ele passou por Japecanga perguntando à vizinha pelas pessoas que estavam na casa usada como local do primeiro cativeiro de "Popó".
Atualmente, os autos encontram-se à disposição do Ministério Público, em Ceará-Mirim, para emissão de parecer. A Deicor acredita que as investigações serão encerradas no prazo de 30 dias. A Polícia Civil do RN conta com a colaboração de policiais do Ceará e Pernambuco para elucidação do crime.
TRIBUNA DO NORTE
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