A presidenta da Petrobras, Graça Foster, defendeu hoje (6) novo reajuste
no preço da gasolina e do diesel no mercado interno. Como a estatal
compra combustível com preço mais alto do que o de revenda, a defasagem
de preços é um dos fatores responsáveis pelo prejuízo de R$ 1,3 bilhão
da companhia no segundo trimestre deste ano.
Graça Foster
assegurou que, "de forma sistemática”, tem falado do problema com o
Conselho de Administração da empresa. Formado por integrantes do governo
federal, como os ministros de Minas e Energia e do Planejamento, o
órgão recentemente autorizou aumentos de 8% da gasolina e de 4% do
diesel. Esses reajustes devem puxar para cima os próximos balanços. Os
ajustes, no entanto, não foram suficientes para garantir a paridade
entre os preços externo e interno.
"Conversamos sobre o
reajustamento de preços, sim, na busca de 100% da paridade", afirmou à
Graça Foster à imprensa, após a apresentação dos resultados. "Tenho que
acreditar sempre que haverá reajustes e demonstrar com fatos e dados
que, periodicamente - não instantaneamente, porque a política é de médio
e longo prazo - [há necessidade de que] façamos correções.
A
presidenta da Petrobras também explicou que o resultado negativo da
companhia - o primeiro nos últimos dez anos - reflete principalmente a
depreciação do real em relação ao dólar e diz que o ideal para a
companhia seria que a moeda estrangeira oscilasse entre R$ 1,95 e R$ 2.
Como não há "bola de cristal para acertar nas previsões", declara que
está "alerta às flutuações".
"O prejuízo não vem só por conta da
defasagem de preços [dos combustíveis]. Tivemos uma valorização bastante
expressiva do câmbio e esse resultado não foi surpresa para nós",
afirmou, ao citar também o registro de poços secos, além da perda de
valor do estoque de petróleo e derivados fora do país. "Tudo isso é que
provoca o resultado ruim de R$1,3 bilhão de perdas".
Para
reverter o prejuízo, a estatal informou ainda que pretende diminuir a
dependência do mercado externo, do qual comprou U$ 6 bilhões de diesel e
gasolina no primeiro semestre. Prevê ainda aumento do processamento nas
refinarias, a entrada em operação da unidade Abreu e Lima (PE), de
plantas de beneficiamento de diesel, e também aposta no aumento da
adição do etanol à gasolina – o que permitiria importar menos deste
combustível.
Graça Foster também afirma ainda que, independente
da autorização para aumento de preço dos combustíveis e do câmbio, é
possível aumentar a eficiência da empresa e reduzir custos. "Ainda não
chegamos ao limite de processamento [de combustível]", acrescentou o
diretor de Abastecimento, José Carlos Consenza, que crê na reversão do
prejuízo em breve.
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