Existem certas imagens que passam despercebidas por quem passa na Via
Costeira. Retratos de uma face pouco conhecida da avenida, que costuma
ser mais notada pelo Parque das Dunas, o parque hoteleiro e o belo
visual do litoral potiguar. Para encerrar uma série de reportagens
iniciada no domingo passado, o Diário de Natal/O Poti traz as faces da
Costeira que nem todos conhecem, mas fundamentais dentro do debate sobre
a utilização da área. Alvo de uma polêmica a cerca da possibilidade, ou
não, de novas construções em seu entorno, a avenida guarda problemas
básicos, como acúmulo de lixo, abandono de áreas e falta de acessos.
Novidades da atual discussão devem vir na semana que vem. Enquanto isso,
ficam as imagens da Via Costeira além do óbvio.
Antigo clube, retrato do abandono
Antes
ambiente de lazer para famílias, a área onde já funcionaram clube e
camping do Vale das Cascatas está deteriorada e inutilizada. O entulho
se acumula na parte interna do clube, onde alguns desenhos foram
pintados nas paredes. A área da piscina, que ainda acumula água suja. De
belo ficaram a vista e o ambiente arborizado.
Entulhos e lixo enfeiam bela paisagem
Fotos: Fábio Cortez/DN/D.A Press |
O
lixo se faz presente tanto nos espaços vazios, quanto na beira-mar da
Via Costeira. Nos terrenos ficaram entulhos de construções. Na praia,
copos plásticos e garrafas de bebidas foram deixadas para trás. A imagem
a seguir foi feita na área em frente ao acesso para o bairro de Mãe
Luíza, mas se repete em quase todos os terrenos.
Da praia, a dimensão do elefante cinza
Eterno
"elefante cinza" da Via Costeira, o antigo hotel da BRA - hoje da
empresa NATWF - já bate mal na vista de quem passa pela avenida. Mas
quando a visão é da praia, se tem a noção exata do tamanho do problema. O
empreendimento foi embargado pela Semurb por descumprir o nível de
altura estabelecido no Plano Diretor de Natal (PDN).
Falésia, erosão e esgoto à mostra
Quem
passa pela beira-mar entre os hotéis Ocean Palace e Serhs não deixa de
ver a cena. Um enorme cano aberto com uma marca de líquido negro
contrasta com a paisagem da praia. Trata-se de uma galeria de águas
pluviais do sistema público de drenagem que depois de danificada gerou
um processo de erosão em um trecho de falésia.
Granja, com direito a galinheiro
Em
um dos terrenos desocupados, uma pequena casa se destaca na paisagem.
Marcado com a inscrição "Granja Antônio", esse é o lar de Antônio Rocha
da Silva. O morador trabalha como caseiro da G5 Empreendimentos, que é
proprietária do terreno. "Fico aqui para ninguém ocupar", explica
Antônio, que mora no local há quatro anos. O caseiro mantém uma pequena
criação de galinhas.
Exposto ao sol nas paradas sem teto
Esperar
o transporte público não é lá uma coisa muito confortável,
principalmente quando se fala nas paradas de ônibus localizadas no lado
da avenida que dá para o Parque das Dunas. Enquanto a vegetação invade o
espaço dos usuários, a falta de proteção deixa quaisquer banhistas,
funcionários de hotéis e turistas, expostos a sol e chuva.
Um lugar bom de se morar
Ao
lado do posto da Polícia Militar uma casa simpática ocupa de maneira
irregular um terreno de propriedade do estado. Desconhecido dos vizinhos
da PM, o morador atende por Francisco Cesário. Sai muito cedo do dia e
volta no fim da tarde. Normalmente só se encontram dois cachorros no
imóvel. O govero tenta a reintegração de posse.
Acesso à praia é improvisado
Os
acessos públicos até a praia estão previstos desde os primeiros
projetos da Via Costeira na década de 1970. Em 2001 ficou estabelecida
em lei a criação de 13 espaços para acessibilidade. Sete anos depois as
áreas foram incluídas no projeto de duplicação da avenida. A opção do
cidadão que deseja ir a praia é procurar caminhos alternativos.
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