O
Ministério da Saúde anunciou ontem que irá incluir na lista de
medicamentos fornecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) importante
aliado no combate ao câncer de mama. A droga de alto custo Trastuzumabe
(Herceptin) reduz em até 22% o risco de morte, além de ser eficaz contra
o ressurgimento da doença.
No Grande ABC, a medicação já é utilizada em
pacientes oncológicos do Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André,
e do Hospital de Ensino Anchieta, em São Bernardo. A droga, injetável e
de uso hospitalar, é repassada pelo governo estadual conforme demanda.
Em até seis meses, prazo estipulado pelo Ministério da Saúde, o remédio
será disponibilizado para tratamento em outros hospitais ou centros
especializados da região.
A medicação é recomendada em cerca de 25%
dos casos de câncer de mama. Essa porcentagem possui o tumor Her-2,
agressivo e conhecido por se desenvolver mais rapidamente se comparado
aos outros. "Essa medicação revolucionou o tratamento do câncer de mama.
É efetiva e menos tóxica. É bem tolerada pelos pacientes, mas muito
agressiva contra o tumor", comentou o oncologista da Faculdade de
Medicina do ABC, Daniel Cubero. Para o especialista, no entanto, a
inclusão foi tardia. "Antes do uso desse remédio, as pacientes tinham
pouca evolução no tratamento. Agora, mais pessoas terão acesso." A
medicação pode ser utilizada de forma preventiva e também após
cirurgias. Normalmente a pessoa recebe uma aplicação a cada três
semanas. A recomendação varia conforme o peso da paciente.
O câncer de mama é o segundo mais comum no
mundo e o mais frequente entre as mulheres. No Brasil, estimam-se 52,6
mil novos casos entre 2012 e 2013. Em 2010, ocorreram 12,8 mil mortes
por causa da doença.
A presidente da Rede Feminina de Combate ao
Câncer de São Caetano, Lucia de Oliveira Leite, comemorou a notícia. A
entidade atende mensalmente 80 mulheres. "Isso é uma bênção. Esperamos
que favoreça todas as pacientes, especialmente as mais pobres."
O medicamento custa entre R$ 5.000 e R$ 10
mil e é um dos mais procurados. Em 2011, o governo federal gastou R$ 4,9
milhões para atender a 61 pedidos judiciais. Neste ano foram gastos R$
12,6 milhões com a compra por demanda da Justiça.
No Grande ABC, a Prefeitura de Santo André
teve de desembolsar, entre outubro de 2009 e agosto de 2011, R$ 369 mil
para pagar o tratamento de uma paciente que moveu ação judicial para
receber a medicação. Mauá não respondeu ao Diário. Nas demais cidades
não houve demanda.
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