O aumento do número de vagas nas Câmaras Municipais em disputa nesta
eleição levou a uma explosão de candidatos a vereador pelo país.
Em 2009, o Congresso mudou a Constituição, permitindo mais cadeiras nos
Legislativos municipais. A ampliação passa a valer neste ano: serão
eleitos 5.405 vereadores a mais do que em 2008.
As novas vagas impulsionaram o crescimento do número de interessados em ocupar o cargo: 87 mil a mais do que há quatro anos.
Militante do PT há cerca de 20 anos, o microempresário Elcimar Pereira é
um exemplo dos que levaram em conta o aumento de vagas ao decidir
lançar sua campanha.
"As vagas chamaram atenção, isso foi uma das coisas que pesaram", diz.
Ele concorre pela primeira vez à Câmara de Barueri (SP), que terá sete
cadeiras a mais e o triplo de candidatos de 2008.
Nas cidades em que a Câmara cresceu, o número médio de candidaturas subiu 45%. Nos municípios sem aumento, a alta foi de 19%.
Também pode ter pesado no crescimento de candidaturas a evolução nos
últimos anos dos salários de vereador, que subiram na esteira dos
reajustes do Congresso.
"Ser vereador passou a ser um bom negócio", afirma o próprio
representante da categoria, Sebastião Misiara, presidente interino da
União de Vereadores do Brasil.
Para o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo
Ziulkoski, as novas vagas são a maior razão do boom de candidatos.
Com mais cadeiras, cresce também o teto de candidatos que cada partido
pode inscrever. Uma sigla sem aliados pode lançar uma vez e meia o
número de vagas da Câmara. Uma coligação pode candidatar duas vezes a
quantidade.
Apesar de ser favorável a mais representação nas Câmaras, Ziulkoski
alerta para o risco de que isso sobrecarregue os orçamentos municipais.
Sua entidade calcula que as Casas custem hoje R$ 10 bilhões anuais ao
país.
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