LAGOA DE MONTANHAS

LAGOA DE MONTANHAS

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

DEPUTADOS DO RN COMANDARÃO A CAMARA FEDERAL

 

Os deputados potiguares Fábio Faria(PSD) e Henrique Eduardo comandarão a Câmara Federal no biênio 2013-2014. Henrique presidirá a Câmara, já Fábio Faria é o vice-presidente.
O presidente da Câmara é o segundo na linha sucessória da Presidência da República, atrás apenas do vice-presidente.
Caso a presidente Dilma Rousseff ou o seu vice se ausente do país, Henrique assumirá interinamente presidência da República.

QUEM É QUEM

FABIO FARIA
Galã, pegador, celebridade. Entre os adjetivos que costumam acompanhar o nome do deputado federal Fábio Faria (PSD-RN), quase nenhum qualifica sua atuação política. O parlamentar de segundo mandato é muito mais conhecido pela coleção de namoradas famosas e pelos escândalos nos quais costuma se envolver — como quando foi flagrado usando dinheiro público para custear viagens de um casal de irmãos atores de TV. Mesmo frequentando mais as revistas de fofoca que o próprio plenário da Câmara, o potiguar descolado pode assumir um cargo na Mesa Diretora e tornar-se o xerife ou o prefeito da Casa.
O currículo extra-oficial do deputado reforça as características do jovem bem sucedido. Fábio Faria é sócio de uma rede de academias com filiais em todo o país, que tem como outros donos Alexandre Accioly, o técnico de vôley Bernardinho e o herdeiro do Grupo Pão de Açúcar João Paulo Diniz. Com 1,90m de altura, já desfilou como namorado da atriz Priscila Fantin e das apresentadoras Sabrina Satto e Adriane Galisteu. A loira, aliás, foi uma das celebridades que viajou por aí às custas da verba de passagens que deveria ser usada apenas pelo deputado. Além dela e da mãe, os atores Kayky Brito, Sthefany Brito e Samara Felippo também foram brincar o carnaval potiguar com bilhetes pagos pela cota do deputado na Câmara. Quando o escândalo veio à tona, Fábio Faria devolveu, em 2009, R$ 21,3 mil que gastou com as passagens dos amigos famosos. E tentou se desvencilhar da imagem de garanhão. “O meu mandato é muito maior do que qualquer ex-namorada”, declarou na época.
Já como parlamentar, o portfólio de Faria não é dos mais extensos. Nos seis anos que já cumpriu de mandato, apresentou 43 projetos — nenhum aprovado ainda. A maioria foi apensada a propostas anteriores que já tratavam dos mesmos temas. Mas um, em particular, chama a atenção: o deputado quer impedir, por meio de lei, que a imprensa tenha acesso a informações sobre crimes que estão sendo investigados, como o valor de um produto furtado.
No ano passado, Faria faltou a 24% das sessões e fez 18 discursos. Nesta legislatura, participa como titular apenas da Comissão de Turismo e Desporto e da Frente Parlamentar do Esporte.
Os parlamentares que convivem com Fábio Faria garantem que a convivência não chega a ser desagradável. “Ele é gente fina, mas é um menino que ainda tem muito a aprender sobre política”, comenta um colega que integra o time de deputados que joga futebol todas as semanas, em Brasília. “Ninguém o vê direito nos corredores da Casa, ele não participa muito das comissões nem tem atuação relevante em qualquer área”, revela um correligionário que coloca Faria no grupo dos “menudos”, como são chamados os deputados mais jovens e inexperientes da Câmara.
Fábio Faria foi eleito deputado federal pela primeira vez em 2006, aos 29 anos. Filho do vice-governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, até o ano passado o deputado integrava o nanico PMN, mas viu na criação do PSD de Gilberto Kassab a oportunidade de crescer e aparecer. O parlamentar já era queridinho do ex-prefeito de São Paulo na época em que se encontravam em eventos sociais na capital paulista. Com a ida para a nova legenda, ganhou status e a promessa de alçar voos mais altos.
A chance foi facilitada pelo ex-líder do partido Guilherme Campos (SP), seu maior defensor. Diante da possibilidade de o PSD ganhar uma vaga na Mesa por causa do tamanho da bancada, Campos apressou-se em oficializar Fábio Faria como candidato. A indicação irritou outros integrantes da legenda, que não foram consultados. “Ele não tem perfil para nenhum dos cargos, mas é amigo do Kassab e do Guilherme; aí a concorrência é desleal”, reclamou um pessedista que pretende entrar na disputa contra o potiguar na próxima semana.
O posto que o representante do PSD vai ocupar ainda não foi definido. O partido disputa com o PSDB a vaga que ficará com a terceira maior bancada. O presidente Marco Maia (PT-RS) deve decidir quem terá esse direito — de acordo com critérios técnicos — até sexta-feira. O escolhido terá duas opções: a segunda vice-presidência, cujo comandante também exerce o papel de corregedor, uma espécie de xerife que investiga a quebra de decoro dos colegas; ou a primeira-secretaria, que funciona como a prefeitura da Câmara, posto mais desejado porque cuida de todas as questões administrativas da Casa, da contratação de funcionários a licitações e compras.
Ciente do poder que terá em mãos, se eleito, Fábio Faria colocou o bloco na rua. Nas últimas semanas ele não desgrudou do conterrâneo candidato à presidência da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB). Faria e o peemedebista posaram para fotos ao lado de governadores país afora, discursaram para parlamentares e apertaram a mão de prefeitos — o pessedista fez questão de postar tudo nas redes sociais. Mas a campanha já começa a desagradar antigos aliados.
A turma do futebol, com cerca de 40 deputados que incentivaram a candidatura do coordenador do grupo, Júlio Delgado (PSB-MG), ao comando da Casa, anda criticando Fábio Faria pelos cantos. “Ele está sendo traíra ao ficar tanto tempo ao lado do Júlio e, de repente, viajar por aí com o Henrique. Eu votaria nele para secretário, mas, agora, não voto mais”, resmungou um dos peladeiros.
Fábio Faria tem apenas uma semana de campanha pela frente. No dia 4, os deputados vão às urnas — em voto secreto — para eleger os novos dirigentes da Casa. Até lá, terá de convencer os colegas de que não é só um playboy que coleciona namoradas famosas.

“O meu mandato é muito maior do que qualquer ex-namorada” 

Fábio Faria, deputado federal (PSD-RN)

Desfile de celebridades

A lista de namoradas famosas de Fábio Faria é extensa e inclui a atriz Priscila Fantin e as apresentadoras Adriane Galisteu  e Sabrina Satto Elas também costumam deixar o deputado em saias-justas, que nada têm a ver com as roupas que costumam usar. Em uma entrevista, Galisteu mandou este recado para Satto: “Quando você ganhar um presente do Fábio, peça a nota fiscal ou pergunte de onde veio o dinheiro”.


HENRIQUE ALVES
Henrique Eduardo Lyra Alves (Rio de Janeiro, 9 de dezembro de 1948) é um advogado, empresário e político brasileiro no exercício do décimo primeiro mandato consecutivo de deputado federal pelo Rio Grande do Norte.


Filho de Aluísio Alves e Ivone Lira Alves. Aluno do curso de Direito do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB) transferiu-se para a Universidade Federal do Rio de Janeiro onde graduou-se em 1972. Além de político é empresário e um dos proprietários do Sistema Cabugi de Comunicação, do qual fazem parte a TV Cabugi, afiliada da Rede Globo no Rio Grande do Norte, a Rádio Globo Natal, a Rádio Difusora de Mossoró e o jornal Tribuna do Norte, do qual é presidente.[2][3]

 ACUSAÇÕES
 Henrique Eduardo Alves (RN) alugou carros da empresa Global Transportes, do Distrito Federal, que teria por trás o ex-assessor do PMDB César Cunha. Segundo a revista "Veja", dos R$ 32 mil mensais para custear as despesas do mandato, Henrique gasta cerca de R$ 8.300 só com aluguel de carros.

A empresa está registrada no nome da ex-vendedora de tapetes Viviane dos Santos. À Veja, ela disse ter emprestado o nome à tia Kelen Gomes, responsável por emitir as notas para o gabinete do líder do PMDB. Kelen, que teria ligações com Cunha, confirmou à revista que a empresa não tem carros, mas que consegue automóveis com outra pessoas e os aluga.

Procurado neste sábado (12), Henrique não retornou os telefonemas. A assessoria do deputado disse que a empresa está legalmente constituída, que há um contrato com a Global e o carro está à disposição do gabinete na Câmara.

Um parlamentar próximo a Henrique defende o contrato do líder e diz que quando chegam à Câmara, várias empresas oferecem o serviço de locação de automóveis, e não há como saber se a empresa é fantasma ou não. No caso da Global, ele diz que a empresa existe e que ele chegou a fazer orçamento para contratar o serviço, mas encontrou preços mais em conta com outra empresa.

"No caso de Henrique não tem ilegalidade no sentido de descaração, de alugar o carro por R$ 10 mil e embolsar R$ 5 mil. E quem cuida disso é o chefe de gabinete" defendeu o parlamentar que prefere não se identificar.

O líder do PMDB disse à revista que não cuida desses contratos. O assessor do deputado Wellington Costa afirmou que a Global foi contratada por indicação do próprio parlamentar. Cunha, o ex-assessor do PMDB que seria o dono da empresa, já foi sócio da empresa Executiva, que dava notas a Henrique até 2009. A Executiva, que teve problemas na Justiça, foi substituída pela Global. Naquele ano, as duas empresas receberam R$ 357 mil, por serviços que teriam prestado ao gabinete do líder do PMDB e provável futuro presidente da Câmara.
Alves tem sido alvo de várias denúncias de irregularidades, às quais ele atribuiu ao "jogo pré-eleitoral". Ele deve ser julgado no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte ainda este mês por improbidade administrativa.
ma série de denúncias atingiu Henrique Alves nas últimas semanas. Reportagens da "Folha de S.Paulo" apontaram que o parlamentar beneficiou a empresa de seu ex-assessor na Câmara, Aluizio Dutra de Almeida, que também é tesoureiro do PMDB no Rio Grande do Norte por meio de emendas parlamentares.
Almeida era assessor do deputado desde 1998 e pediu demissão após a denúncia.
A empresa dele, Bonacci Engenharia e Comércio Ltda., segundo o jornal, recebeu pelo menos R$ 1,2 milhão do Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), órgão federal cujo comando era indicado por Alves. A Bonacci, ainda de acordo com a "Folha", fica em bairro de classe média baixa em Natal, não tem funcionário em sua sede e é vigiada por um bode. Hoje, servidores usaram um bode em protesto contra a sua eleição em frente à Câmara.
Outra reportagem, da revista "Veja" de 16 de janeiro, mostra que Alves contratou uma empresa de aluguel de veículos com registro em nome de um laranja. Para responder à questão, o deputado primeiro que usava carro próprio, depois falou que o veículo era alugado, mas não lembrava do modelo. Por fim, um assessor de gabinete dele disse que o contrato foi feito a pedido do próprio deputado, que "talvez não se lembre".
Na semana passada, Alves passou a ser investigado pelo Ministério Público Federal pelo repasse de dinheiro público para as duas empresas de aluguel.
Antes da sessão que o elegeu nesta segunda, Alves disse desconhecer as denúncias que pesam contra ele.  "Que denúncias? Desconheço. Absolutamente."
Na semana passada, documentos obtidos pela "Folha de S.Paulo" revelaram que, em troca de apoio político, Henrique Eduardo Alves fez lobby para agilizar processos de aliados na Comissão de Anistia, órgão vinculado ao Ministério da Justiça que julga pedidos de indenizações a pessoas perseguidas pela ditadura militar. Juntos, Renan Calheiros e Alves pediram que 17 casos fossem analisados de forma prioritária desde 2005. À Folha, o deputado negou irregularidades nos procedimentos na Comissão de Anistia, do Ministério da Justiça.
Em janeiro, a Folha revelou também que o patrimônio de Henrique Alves declarado à Justiça Eleitoral dobrou entre os anos de entre 2006 e 2010. De R$ 2,8 milhões, seu patrimônio saltou para R$ 5,6 milhões, devido, principalmente,  a dois imóveis de luxo obtidos entre 2009 e 2010.

Denúncias antigas

Em 2002, Alves já havia tido uma indicação prejudicada por denúncias. Possível aspirante a vice na chapa de José Serra (PSDB) na campanha à Presidência da República, o nome dele foi descartado depois que sua ex-mulher Mônica Infante de Azambuja, em busca de uma pensão alimentícia maior durante o período de negociação do divórcio, denunciou à imprensa que Alves mantinha US$ 15 milhões em contas bancárias não declaradas no exterior e que o marido usava laranjas para encobrir o patrimônio.
A então deputada federal Rita Camata (PMDB-ES) foi escolhida como vice de Serra, que acabou derrotado no pleito daquele ano por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em 2007, outro fato causou desconforto. Alves teve de se explicar por que gastou R$ 25 mil com a divulgação de suas atividades no jornal "Tribuna do Norte", de propriedade dele e de sua família no Rio Grande do Norte. A justificativa foi a de que o jornal passou a cobrar o que fazia de graça para "propagandear" um de seus proprietários.
Alves vem de uma família de políticos e donos de um conglomerado de mídia, que inclui rádios, TVs e jornal. Entre eles estão o pai, Aluízio Alves, que foi deputado, ministro dos governos José Sarney e Itamar Franco e governador do Rio Grande do Norte; o primo, Garibaldi Alves Filho (atual ministro da Previdência do governo Dilma), que se licenciou do Senado, onde o tio Garibaldi Alves assumiu como primeiro suplente; outro primo, Carlos Eduardo Alves, foi eleito prefeito de Natal no último pleito e ocupa o cargo pela terceira vez.
"Se eu for relacionar a quantidade de emendas, de convênios que eu destinei ao meu Estado e ao meu município nos últimos dez anos, beira as mil. De repente, sou acusado de [irregularidades em] três emendas ali ou lá. É um negócio difícil de entender, mas, como democrata, tenho que aceitar", disse em entrevista no último dia 15.


Nenhum comentário:

Postar um comentário