E é mais ou menos aí que as coisas estão. Apesar de um crescimento constante nas vendas ao longo dos últimos cinco anos e do número cada vez maior de marcas disponíveis, a cachaça tem um perfil estreito de uso. Poucas bebidas são tão ligadas a um único coquetel na mente do consumidor (e neste caso, um coquetel que pode ter já ultrapassado o seu momento de maior sucesso).
Mas a cachaça pode estar pronta para seu segundo ato.
E em maio, a Diageo, o gigante conglomerado das bebidas alcoólicas, abraçará a Ypioca, a terceira maior marca brasileira de cachaça, comprando a companhia por cerca de US$ 470 milhões. Esses votos de confiança no elixir nacional brasileiro acontecem enquanto o país se prepara para seu duplo espetáculo: a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
“Acho que será um grande momento para a cachaça”, disse Martin Cate, dono do bar Smuggler's Cove em San Francisco, sobre os dois eventos internacionais.
Mas para se valer totalmente do momento, a bebida terá que primeiro sacudir sua imagem de mágico de um truque só.
“É parecido com o que o rum agrícola passou aqui”, disse Cate, mencionando o primo fraco-caribenho da cachaça, que também é destilado do caldo da cana-de-açúcar.
“Eles têm seu drinque característico, o 'ti punch'”, disse ele, referindo-se ao drinque feito de rum agrícola, limão e melado. “É um ótimo ponto de partida.”
Mas isso isola a bebida, diz ele.
“Acho que os produtores de cachaça estão dizendo agora: 'podemos chegar com a caipirinha, mas precisamos seguir adiante a partir daí'”, diz Cate.
E estão indo para bares como os de Cate. A explosão dos tiki-bar nos últimos cinco anos rendeu uma nova oportunidade à cachaça. Os fabricantes da bebida odeiam ser misturados com o mundo do rum.
“Eles sempre brincam que o rum deveria ser chamado de cachaça do Caribe, e não o contrário”, diz Steve Luttmann, fundador da marca Leblon.
Mas não há dúvidas de que a cachaça desce mais fácil...
Tradutor: Eloise De Vylder
Nenhum comentário:
Postar um comentário