Mundialmente, o dia 14 de julho é conhecido como feriado da queda da
bastilha, data épica e uma das páginas mais importantes para a história
da humanidade. Para nós potiguares, ela representa o nascimento de um
dos nossos maiores orgulhos, o América Futebol Clube.
Ah América, como és glorioso! Assim como os heróis que lutaram na
Bastilha e que são vivos em teu espírito, tu resistes com bravura ao
poder arbitrário do tempo. Passaste por gerações e gerações cravando teu
nome e firmando tua tradição na história do nosso estado.
América da sede babilônica da Rodrigues Alves, América de Natal, e
religião para uma nação inteira de aficionados. Somos fiéis ao teu
escudo. Suas derrotas são nossas, compartilhamos das tuas conquistas, e
para sempre te honraremos. Mecão até morrer!
Por muito tempo foste vitimado e hibernou na sina de tragédias e má
sorte. Subjugado e maltratado pela ditadura e monopólio do malévolo eixo
do país. No entanto, destemido e intrépido como um guerreiro,
sobreviveu aos infortúnios e as intempéries casuais do destino. Grandes
times são eternos!
O pioneirismo é tua marca registrada. Senhor do nordeste em duas
ocasiões, fato inédito em nosso futebol. Vitórias, conquistas e
soberania são tuas proposições. Forte, altaneiro e rival para ninguém
botar defeito. O América é único!
Em sua maravilhosa história produziu ídolos aos borbotões. Souza, nosso
grande maestro, mago da perna canhota. Moura, o príncipe negro, nos
deixava inebriados com sua máxima eficiência nas cobranças de falta.
Hélcio Jacaré, o maior na era Castelão. Ivan Silva, referência de sua
época. Nomes que marcaram tua trajetória quase centenária, e que são
lembrados com nostalgia.
Teu nome é pujante e majestoso, tal qual o dragão que carrega em tua
bandeira. Forte e corajoso. Sobrevoa o céu com suas grandes asas e
trucida os adversários com suas garras. Estamos presos a ti, um dragão e
um coração. Domínio sem razão, eterna ilusão.
Tua cor é vermelha, assim como a do meu coração. Cor da paixão e do
amor. Tuas cores são as minhas. Traz-me alegria, me deixa mais forte, me
faz mais feliz. Alvirrubro é a minha vida.
Em 1996, um turbilhão de emoções envolveu o Machadão. Um momento pintado
com a rubrica da eternidade. Bola alçada na área, Carlos Mota sobe
imponente entre os adversários. Cabeçada certeira, gol do acesso mais do
que merecido. Naquela noite, a vibração dos torcedores entusiasmou até
os mais indiferentes. O mais sisudo abriu um largo sorriso, o desalmado
caiu na euforia e o mais ríspido dos homens percebeu uma gotinha de
lágrima cair do seu olho. Gol do alivio e da luta. Gol de América!
Em 2007 foste da euforia ao desalento. A enorme massa alvirrubra sonhava
com uma sorte maior no Campeonato Brasileiro daquele ano, afinal, após
uma década o clube potiguar regressava a elite do futebol nacional.
Neste mesmo ano, um antigo sonho começou a se tornar realidade. O clube
começou a avaliar a possibilidade de construir um estádio próprio.
Posteriormente, viabilizou-se a criação não só de um estádio para a
prática do futebol, mas de uma Arena Multi-uso capaz de receber shows e
eventos, a fim de gerar lucros com outras atividades.
Tolos e desafortunados são aqueles que não dignificam o valor
de suas raízes. Que riam da minha paixão, que menosprezem o meu amor.
Não me importo! Só quero poder gritar alto e com todo o meu coração: eu
sou Rio Grande do Norte, eu sou Mecão. Parabéns pelos seus 97 anos.
Fonte: JE na Geral
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