DINHEIRO PÚBLICO : Bancada do RN já gastou quase R$ 1 mi em menos de seis meses...
Aluguel de
carro, divulgação da atividade parlamentar, combustíveis e lubrificantes e,
ainda, a manutenção dos chamados "escritórios de apoio à atividade
política...
O gasto da Câmara Federal com os deputados federais não se limita
apenas ao subsídio de R$ 26.723,13 pago a cada um. Além dessa remuneração
mensal, os deputados federais recebem ainda a chamada cota para apoio da
atividade parlamentar e, só com isso, a bancada potiguar já gastou quase R$ 1
milhão.
Alias, mais
precisamente R$ 923.865,43 mil. O deputado federal potiguar mais
"gastador", assim como em 2011, foi novamente Fábio Faria, do PSD. Só
ele gastou R$ 126,7 mil nos meses de janeiro, fevereiro, março, abril, maio e
parte de junho, visto que os valores usados pelos parlamentares ainda não foram
totalmente divulgados. No ano passado, Fábio Faria usou R$ 336 mil da verba
indenizatória.
Sem somar
os, até o momento, R$ 208 divulgados no portal da Câmara Federal, Fábio Faria
gastou aproximadamente R$ 126,5 mil. Ou seja: R$ 25.298,73 por mês, quase o
valor do subsídio que recebe da "Casa Legislativa". Somando as duas
quantias por mês, Fábio Faria tem um valor mensal de R$ 52.021,86, ou ainda: R$
1,7 mil por dia, mesmo que esse dia seja de trabalho ou não.
Apesar de esses números serem de Fábio Faria,
não estão muito diferentes dos apresentados pelos outros deputados federais do
Rio Grande do Norte na Câmara Federal. O segundo maior gastador de verba
indenizatória em 2012, o deputado federal e pré-candidato a prefeito de Natal
Rogério Marinho, do PSDB, usou R$ 125,8 mil, cerca de R$ 900 menos que o
parlamentar do PSD.
Com esse
valor de cota para atividade parlamentar, Rogério Marinho, inclusive,
"ultrapassou" Sandra Rosado, do PSB, na lista dos maiores gastadores
potiguares. Sandra, por sinal, foi bem mais econômica neste ano: utilizou
apenas R$ 109,7 mil e caiu para a sexta colocação, a frente apenas de Felipe
Maia, do DEM, e Henrique Eduardo Alves, do PMDB, no grupo dos potiguares na
Câmara.
Entre
Sandra Rosado, com R$ 109,7 mil, e Felipe Maia (R$ 102,4 mil) e Henrique Alves
(R$ 96,1 mil), estão João Maia, do PR, Paulo Wagner, do PV, e Fátima Bezerra,
do PT. Maia gastou R$ 122,1 mil, quase o mesmo que Paulo Wagner, com R$ 121,7
mil. A petista aparece logo depois, com R$ 119,1 mil.
MESMO RITMO
DE 2011
Neste ano,
a contar, basicamente, os gastos de cinco meses de uso da cota indenizatória
para a atividade parlamentar, os deputados federais do Rio Grande do Norte
gastaram quase R$ 1 milhão. Por isso, alguém dúvida que em dezembro eles vão
ter utilizado praticamente o mesmo do usado em 2011: 2.502.069,84? Isso porque
a média de gastos mensais este ano está em R$ 184 mil - média feita
considerando os cinco primeiros meses, visto que os gastos divulgados até agora
para junho não superam nem mesmo os mil reais. O valor é bastante próximo da
média de 2011, quando o valor mensal foi de, em média, R$ 200 mil.
FÁBIO FARIA
Até o
momento, contando apenas os que foram gastos e divulgados no portal da Câmara
Federal, Fábio Faria utilizou R$ 126.701,74 da verba para a atividade
parlamentar. Gastou, sobretudo, com a manutenção do escritório de apoio, cerca
de R$ 25,6 mil, e a locação de veículos, exatos R$ 22,5 mil. Com telefonia, os
valores também foram altos: R$ 14.7 mil apenas com isso. No que diz respeito à
presença em votações, o deputado também não é lá muito assídua: não foi a 11
(contando todo o mandato iniciado em 2011). Mais: das que esteve presente, não
há registro de voto em 43 votações.
ROGÉRIO
MARINHO
Há alguns
motivos que justificam o fato de Rogério Marinho ter passado de João Maia e
Sandra Rosado com o segundo maior “gastador” da verba indenizatória da Câmara.
Além do fato dos colegas parlamentares terem reduzido os gastos, o tucano
também “investiu” bastante em divulgação da atividade parlamentar (R$ 31,9
mil), locação de veículos (R$ 22 mil) e trabalhos de consultoria, pesquisas e
trabalhos técnicos (R$ 24,9 mil). Com tudo isso e outros gastos, Rogério
Marinho utilizou R$ 125.805,64 da verba. Apesar disso, durante o atual mandato
na Câmara, não registrou voto em 45 votações, além de ter obstruído 17 vezes a
pauta.
JOÃO MAIA
João Maia
não foi o que mais gastou. Da cota dele foram apenas R$ 122.107,20 gastos.
Contudo, ele foi o líder em outro aspecto dos parlamentares potiguares: número
de vezes que não votou, apesar de presente na Câmara. Até porque João Maia
faltou apenas 14 vezes, mas não registrou o voto em 61 votações durante o atual
mandato. Alias, não votou mais do que votou, visto que fez isso só 52 vezes.
Com relação aos gastos, se destaca os valores usados na compra de combustíveis
e lubrificantes (R$ 17,5 mil) e para divulgação da atividade parlamentar (R$
42,5 mil).
PAULO
WAGNER
Paulo
Wagner chegou à quarta colocação na bancada do RN na Câmara no que diz respeito
aos gastos da verba indenizatória. Foram exatos R$ 121.742,05. Contudo, ninguém
o superiou no que diz respeito a utilização do dinheiro público com
“fornecimento de alimentação do parlamentar”. Em 2012, já gastou mais de R$ 7,3
mil. Além disso, usou os recursos também para cobrir gastos com locação e
fretamento de veículos (R$ 41,5 mil) e divulgação da atividade parlamentar (R$
39 mil). Durante o mandato, não esteve presente em 13 sessões na Câmara. Pelo
menos, na maioria das vezes em que esteve, votou: não escolheu entre “sim”,
“não” ou “obstrução” em apenas 11 vezes.
FÁTIMA
BEZERRA
A petista
da bancada potiguar gastou exatos R$ 119,1 mil. A manutenção do escritório de apoio
a atividade parlamentar foi um dos que consumiram boa parte desses recursos: R$
13,6 mil. Contudo, o maior gasto mesmo foi com telefonia. Só com da conta de
telefone, a deputada pagou R$ 21,3 mil com a verba indenizatória da Câmara.
Sobre o trabalho dela durante o mandato, Fátima ficou ausente em 10 sessões e
não registrou voto em 39 votações.
SANDRA
ROSADO
Se tem algo
que Sandra Rosado investe bastante é em consultoria. Afinal, foi com isso que a
deputada gastou R$ 43,2 mil do total de R$ 109.765,07 que utilizou da verba
indenizatória. Com combustíveis e lubrificantes, foram mais R$ 21,5 mil gastos.
FELIPE MAIA
O destaque
de Felipe Maia, nos números, não é nem os R$ 102.454,07 gastos da cota
indenizatória. Também não são os R$ 26,4 mil com a locação de veículos ou os R$
28,2 mil para divulgação da atividade parlamentar. O destaque do deputado
federal democrata foram as 24 obstruções a votação, o número mais alto dentre
os potiguares na Câmara. Além disso, também não votou 30 vezes, mesmo estando presente.
HENRIQUE
ALVES
Mais
“experiente” entre os deputados federais potiguares com mandato na Câmara,
Henrique Eduardo Alves foi também o que menos gastou da cota indenizatória da
Câmara. Foram apenas R$ 96.154,55 mil. Desse valor, um terço foi apenas para
pagamento da locação de veículos: R$ 33,2 mil. Henrique, desde que assumiu o
novo mandato em 2011, não esteve presente em 14 sessões e não registrou o voto
em 49 votações.
Por / Túlio Lemos
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