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A direção da maternidade - que é gerida pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) - atribuiu a superlotação à falta de estrutura das redes municipal e estadual de saúde. Segundo o Governo do Estado, as unidades estaduais estão funcionando e o hospital Santa Catarina, que realiza partos na capital, está superlotado devido à desassistência municipal. Já a secretária de Saúde de Natal, Joilka Bezerra, disse que os atendimentos foram normalizados nas três maternidades municipais.
“A superlotação a esse ponto é inédita. Com os pacientes dispostos dessa maneira, não é possível fornecer o tratamento que elas necessitam. Acabaram de passar por uma cirurgia e não têm direito a uma cama. Ficam expostas e sem conforto com os filhos que acabaram de nascer”, lamentou Maria Daguia Medeiros, diretora e médica da Maternidade Januário Cicco.

(Foto: Caroline Holder/ G1)
“Sinto muitas dores. Ficar sentada depois da cirurgia é muito doloroso. Não ter um leito dentro do quarto é triste. Tudo que a pessoa quer é ficar num canto reservado com o bebê. Mas o que tenho é isso”, desabafou Aline.
“É um absurdo. Ver minha filha assim é triste. Mas espero que ela receba logo alta amanhã (16) e fique repousando numa cama na nossa casa”, Lúcia de Farias, mãe de Aline.
A história de Aline se repete com as 35 mulheres distribuídas em corredores, salas de pré-parto e centros cirúrgicos. Todos os lugares viraram enfermarias improvisadas.

(Foto: Caroline Holder/ G1)
Maria da Silva veio de Senador Georgino Avelino, cidade a 50 quilômetros de Natal. Chegou na capital na tarde desta quarta-feira, passou pela cesariana e desde então está se recuperando da cirurgia numa cadeira, também no corredor.
“A gente não tem privacidade, fica aqui sendo atendida pelo médico na frente de todo mundo. Além do incômodo de ficar dia e noite sentada. Mas o tratamento é bom, tem médico, então vou enfrentar isso”, disse Maria.

(Foto: Caroline Holder/ G1)
As duas salas do Centro Cirúrgico estão ocupadas com pacientes que acabaram de parir. Os partos só serão recomeçados quando as mães foram transferidas. “Isso só acontecerá quando alguma cadeira vagar lá em baixo”, disse Maria Daguia.
Ainda de acordo com a direção, a superlotação na Januário Cicco é consequência da má gestão dos governos estadual e municipal. “As outras maternidades estão desabastecidas, por isso todas as parturientes correm para cá. A governadora não liga a mínima a para a saúde da mulher no Rio Grande do Norte”, finalizou a diretora.
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