LAGOA DE MONTANHAS

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domingo, 11 de novembro de 2012

CERVEJA FAZ BEM NA MODERAÇÃO E PREJUDICA NO EXAGERO

Getty Images
Dossiê cerveja: o lado bom da moderação e o lado péssimo do exagero
A cerveja, presente no happy-hour, na noitada, nas comemorações e nos almoços de domingo, pode ser benéfica à saúde, caso consumida com moderação (no máximo duas latinhas por dia).


O exagero, no entanto, anula todos os efeitos positivos creditados à bebida e amplia o risco de doenças líderes em causa de morte, como infarto , acidente vascular cerebral (AVC)  e diabetes .
Os médicos de diversos países estão empenhados em descobrir o lado terapêutico do líquido resultante da mistura de cevada, lúpulo e malte, sem esquecer de alertar a população sobre os perigos de exagerar na dose. As pesquisas mais recentes sobre o tema foram apresentadas no Simpósio Internacional de Cerveja e Saúde, realizado em Madri (Espanha) na primeira semana de novembro.
A cerveja que protege a saúde dos ossos pode aumentar o risco de fraturas. O que define a mesma bebida alcoólica como remédio ou veneno é a dosagem, apontam pesquisas recentes.


Apostando no lado bom do consumo, o governo espanhol está defendendo a inclusão da cerveja na pirâmide alimentar e está empenhado em divulgar os efeitos benéficos do consumo moderado da bebida – no máximo duas latinhas por dia.


Para isso, o Ministério da Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente da Espanha promoveu, na primeira semana de novembro, o Simpósio Internacional da Cerveja e Saúde. Em Madri, a capital espanhola, foram reunidos especialistas de diversos países e de várias áreas da medicina que pesquisam os efeitos do consumo moderado de álcool, e especialmente de cerveja.
Os médicos e nutricionistas divulgaram como incluir a cerveja em uma dieta saudável (que não engorda, inclusive), capaz de atuar de forma protetora na  osteoporose , nos  problemas cardiovasculares e nos distúrbios da menopausa. O ponto em comum dos trabalhos apresentados é: se o consumo extrapolar a moderação os benefícios são anulados.

Por “doses moderadas” entenda-se duas latinhas de cerveja, no máximo, por dia ou em qualquer outra ocasião em que se opte por beber álcool. Isso significa que ficar abstêmio entre segunda e quinta-feira não dá carta branca para compensar e beber mais do que três doses no happy-hour de sexta-feira, na noitada de sábado ou no almoço de domingo.
Um levantamento feito pela Escola de Medicina de Toulouse, na França, mostrou que a bebedeira de final de semana é mais perigosa do que beber moderadamente todos os dias , ampliando em até duas vezes a incidência de doenças cardíacas.
Sendo assim, ao menos um em cada cinco brasileiros está de fora do grupo que pode obter vantagens na saúde com a cerveja. Isso porque, de acordo com o último inquérito feito pelo Ministério da Saúde do Brasil com maiores de 18 anos, 25% exageram no consumo de álcool quando bebem (mais do que quatro doses), ficando suscetíveis a problemas de saúde como acúmulo de gordura no fígado , infarto e acidente vascular cerebral (AVC) .
Além disso, quando há mistura entre álcool e condução de veículos, o risco de acidentes também é maior. Estudo feito pela Universidade de São Paulo, em parceria com o Instituto Médico Legal, já mostrou que 30% dos mortos no trânsito em São Paulo haviam bebido no dia da colisão, atropelamento ou queda da motocicleta.
Veja no mapa: Os estados que mais exageram no consumo de álcool
“Os malefícios do excesso já são conhecidos e divulgados, mas o consumo responsável de cerveja permite acesso a inúmeros benefícios à saúde”, afirmou Isabel García Tejerina, secretaria geral de Agricultura e Alimentação do Ministério da Espanha.
Benefícios da moderação
Durante o simpósio, a ministra espanhola defendeu a inclusão da bebida na pirâmide alimentar (uma dose por dia), com base “nos 20 trabalhos científicos, realizados desde 1998, que investigaram e confirmaram os efeitos benéficos do consumo moderado, todos feitos por universidades importantes”.
Segundo o diretor do Laboratório de Pesquisas Cardiovasculares do Hospital Mount Sinai de Nova York, Juan José Badimon, as composições da cerveja, resultantes da fermentação, agregam ao líquido o potencial terapêutico.
“A bebida é rica em antioxidantes, fósforo, silício, ácido fólico e vitaminas”, disse.
Mas por causa do álcool, o exagero anula as propriedades nutricionais positivas. Os efeitos opostos de acordo com a dosagem foram evidenciados pelo ortopedista e presidente da Fundação Hispânica de Osteoporose, Manuel Diaz Curiel.
“Um dos fatores de risco consolidados para a osteoporose e para as fraturas é o consumo abusivo de álcool. Mas já sabemos também que os polifenois presentes na cerveja são ótimos para reforçar a massa óssea. O silício contido na bebida também amplia a mobilidade do osso. As vantagens no esqueleto poderiam ser obtidas com a moderação do consumo.”
Lluís Serra, nutrólogo e presidente da Fundação Internacional da Dieta Mediterrânea, ensina como ampliar os efeitos bons da cerveja.
“A dieta mediterrânea  é a única que cientificamente emagrece e protege a saúde. A cerveja, por sua origem milenar e perfil nutricional, faz parte desta cultura. Por isso, o ideal é consumi-la com outros alimentos mediterrâneos (peixes, castanhas e vegetais) e fazer atividades físicas ao menos 30 minutos diários”, completou.

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