A presidente Dilma Rousseff sancionou nesta quarta-feira (29/8) a lei
que institui o sistema de cotas raciais e sociais para universidades
federais de todo o país. A lei prevê que as universidades, assim como os
institutos técnicos federais, reservem, no mínimo, 50% das vagas para
estudantes que tenham cursado todo o ensino médio em escolas da rede
pública, com distribuição das vagas entre negros, pardos ou indígenas.
Para a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade
Racial, Luiza Bairros, a Lei de Cotas sancionada deverá ampliar de 8,7
mil para 56 mil o número de estudantes negros que ingressam anualmente
nas universidades públicas federais.
Segundo a ministra, a associação de critérios sociais e raciais para
as cotas foi a solução "politicamente possível" para tentar reverter a
desigualdade no acesso ao ensino superior público. "Todo o esforço ao
longo do tempo foi no sentido de se constituir cotas para negros,
independentemente da sua trajetória escolar. Mas as propostas são
colocadas de acordo com o grau de maturidade política da sociedade.
Dentro dessa medida, conseguimos um resultado que eu considero
positivo", avaliou.
As universidades e institutos federais terão quatro anos para
implantar progressivamente o percentual de reserva de vagas estabelecido
pela lei, mesmo as que já adotam algum tipo de sistema afirmativo na
seleção de estudantes. As regras e o cronograma para a transição ainda
serão estabelecidos pela regulamentação, que deve sair ainda este ano.
Na avaliação da ministra, como a maioria das instituições federais
já adota algum mecanismo de reserva de vagas para facilitar o acesso de
certos grupos da população ao ensino superior, a adequação ao percentual
estabelecido pela nova lei não será difícil. "O que o projeto faz é
estabelecer um piso mais alto. Na maioria dos casos serão arranjos muito
pequenos".
Além de ampliar a diversidade no ensino superior público, Luiza
Bairros acredita que a nova lei deverá estimular a melhora da qualidade
do ensino médio nas escolas da rede pública. "A escola pública passará a
ser procurada por outros alunos. A tendência é recuperamos no Brasil
aquilo que já foi o ensino médio público brasileiro, que permitia a
entrada das pessoas na universidade", avaliou.
Fonte: Agência Brasil
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