LAGOA DE MONTANHAS

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sábado, 22 de dezembro de 2012

DONO DO "ARMAZEM PARÁ" MORRE AOS 110 ANOS


 (Divulgação)
Os 110 anos do empresário João Paulo de Souza impressionam tanto quanto a sua história ou o cortejo quilométrico formado em seu velório. De pescador artesanal a dono da rede de lojas Armazém Pará, foram anos de muita areia de praia percorrida.

João Paulo de Souza nasceu em 16 de junho de 1902. Seguiu o ofício do pai e se fez pescador ainda criança. O mar de Muriú era sua segunda casa. Foram décadas de atividades, dias em alto mar. Era o que restava naquelas terras longíquas, no início do século passado.

Sem estradas, com pouquíssimos meios de locomoção restritos aos mais abastados, João Paulo de Souza fazia "o impossível" para vender o produto do seu trabalho: transportava a pé o seus peixes de Muriú até a praia da Redinha. "Ele fazia isso duas a três vezes por semana", conta o neto do ex-pescador, Júlio Cesar Souza, 55.

Alguns anos depois, João Paulo casou. Foi morar com a mulher na Redinha, e tornar a vida mais fácil. Montou um pequeno ponto de vendas onde hoje funciona o Mercado da Redinha. Poucos anos depois, se mudou para o bairro das Rocas. Foi lá onde se iniciou no comércio mais formal, quando montou uma mercearia na rua São João.

Em 1959, nasceu a Importadora Comercial de Madeiras Ltda, com o nome fantasia de Armazém Pará. A iniciativa foi do comerciante Pedro Câmara de Souza, filho de João Paulo, que se tornaria sócio logo em seguia. A primeira loja do Armazém Pará ficava localizada na Rua Almino Afonso, na Ribeira. Na mesma Ribeira, veio a Casa do Construtor - uma espécie de filial - onde hoje se encontra a Casa da Ribeira, na Frei Miguelinho. Hoje são três grandes lojas e mais uma empresa voltada ao atacado, em Parnamirim.

João Paulo contava nesta época quase 60 anos. O sucesso com o comércio poderia ser uma aposentadoria tranquila para o sexagenário já cansado de tantas batalhas. Mas João Paulo cumpriu expediente normal, diário, até os 93 anos. "Isso porque ele levou uma queda, fraturou o fêmur e passou a 'apenas' visitar o Armazém Pará todo dia, mais para supervisionar as atividades", disse o neto. E entre uma supervisão e outra foram mais 9 anos.

"Até os 102 anos ele compareceu todos os dias ao Armazém Pará. Depois as visitas ficaram mais esporádicas. E nos últimos dois anos deixou de ir porque começaram os problemas de saúde". O neto Júlio César contou ainda que neste período a família montou uma home care para atendimento 24 horas para o patriarca.

No último domingo (16), João Paulo de Souza, já com a saúde debilitada, foi acometido de uma gripe, que se transformou em pneumonia e agravou o quadro. "Até que ontem (20), ele apagou", disse o neto.

Júlio César conta que o avô sempre manteve alimentação balanceada, nunca ingeriu bebida alcoolica nem fumou "Só veio beber um copo de refrigerante aos 55 anos, e só essa vez". E aliado à atividade de pescador quando mais jovem, disse o neto, foram os segredos da longevidade.

O enterro do empresário João Paulo de Souza acontece neste momento no Cemitério Parque da Passagem, em Nova Descoberta, também nesta sexta-feira (21).
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