LAGOA DE MONTANHAS

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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

DISCIPLINA E ORGANIZAÇÃO DÃO ÓTIMO IDEB AS ESCOLAS



Fernando Castro Do G1 PR
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Os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) divulgados na terça-feira (15) colocaram o Colégio Militar de Curitiba (CMC) na primeira posição no ranking paranaense, e na oitava colocação entre as escolas do Brasil do 6º ao 9º ano. Com nota 7,0, a escola ficou bastante acima da média estadual para esta faixa de ensino, de 4,3, e da média nacional, de 4,1.
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Para o Comandante e Diretor de Ensino no CMC, André Germer, o bom resultado obtido reforça a qualidade do ensino no colégio e se soma ao escore obtido no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). Em 2010, o CMC liderou o ranking das escolas públicas do Paraná no Enem, atrás apenas de quatro escolas privadas.
Em entrevista ao G1, Germer afirmou que o CMC havia programado a meta de atingir pelo menos a nota 7,0, já que havia obtido média de 6,9 no Ideb de 2009. Ele credita este resultado a uma soma de fatores, que passam pela estrutura da escola, pelos recursos disponíveis para os professores e para a valorização do desempenho dos alunos, os quais são estimulados com noções de civismo e disciplinados dentro do padrão do Exército Brasileiro.
Disciplina Colégio Militar Curitiba (Foto: Fernando Castro/G1) Colégio Militar de Curitiba cultua valores e disciplina do Exército Brasileiro (Foto: Fernando Castro/G1)
Ideb Paraná PR (Foto: Editoria de Arte/G1)
“Os nossos professores são muito bem preparados. Nós temos aqui uma divisão de ensino, com pessoas especializadas que ajudam na montagem de provas, no planejamento do ano escolar, na parte psicopedagógica. Além disso, uma equipe muito boa de supervisão escolar passa nas salas de aula e dá dicas aos professores de como melhorar as aulas”, explicou. Ele reitera que a estrutura da escola apoia o ensino dentro das salas de aula, com melhorias constantes nas instalações e aquisições de materiais.
Ainda com relação aos professores, Germer considera importante o período que o CMC disponibiliza para os professores exercerem as atividades de fora da sala de aula. “Eles têm a tarde livre no colégio para preparar a aula, então não precisam corrigir trabalho à noite e no final de semana”, explicou.
O período da tarde é também utilizado para o desenvolvimento de atividades com os alunos, que podem optar livremente por uma atividade extraclasse, desde que não esteja nas aulas de recuperação, que ocorrem o mesmo período. “São atividades na parte de educação física, então eles podem frequentar aulas de basquetebol, voleibol, temos também uma pequena seção de quitação, (...) outro grupo faz o extraclasse de xadrez e uma série de outras atividades“, enumerou.
Colégio Militar de Curitiba (Foto: Divulgação/Giliane Nicleviscz)Alunos utilizam o contraturno para recuperação e atividades extraclasses (Foto: Divulgação/Giliane Nicleviscz)
No ensino regular a preocupação do CMC é com a valorização do desempenho dos alunos, além da cobrança. “Estimulamos e elogiamos os alunos que têm bom desempenho. Esse elogio, esse destaque, estimula outros alunos a buscar resultado um pouco melhor”, justificou Germer. As aulas de idiomas, por exemplo, são flexibilizadas de acordo com as aptidões demonstradas. “Assim o aluno não vai ficar envergonhado porque sabe um pouco menos, mas também não acha chato porque já sabe quase tudo”, disse.
Medidas acertadas
Para o especialista em gestão educacional Renato Casagrande, estes aspectos ressaltados pelo Comandante do CMC são realmente efetivos no processo educacional. Ele também destaca o ensino e o trabalho da organização pessoal com os alunos como fator determinante para os bons resultados obtidos pelo CMC. “É uma questão importante para o estudante, e a família não contribui muito com esse senso de disciplina. Esse senso de disciplina se perdeu muito nas escolas e nas famílias nos últimos anos”, lamentou Casagrande, que enxerga o processo adotado no CMC como fundamental na aprendizagem.
Casagrande acredita que, principalmente as escolas particulares, perderam a autoridade para exigir organização dos alunos. “Se ele não tiver disciplina, eles se perdem em jogos e brincadeiras. Eles têm muito apelo para distraí-los”, apontou.
Uma recomendação para os gestores dos sistemas é que criem horários e programas para alunos que não têm o mesmo ritmo, as mesmas condições de aprendizagem"
Renato Casagrande
O contraturno dotado para atividades extraclasse e recuperação dos alunos com problemas no aprendizado é outro ponto celebrado pelo especialista, que recomenda que a escola é o espaço em que as dificuldades devem ser resolvidas. “Uma recomendação para os gestores dos sistemas é que criem horários e programas para alunos que não têm o mesmo ritmo, as mesmas condições de aprendizagem”, aconselhou Casagrande.
Por fim, a questão estrutural ressaltada por Germer é endossada por Casagrande, que enxerga na limpeza e na organização da questão estética como fundamental para o estímulo ao trabalho dos professores. “Escola com Ideb ruim é escola feia, desorganizada e suja. A escola precisa estar limpa, organizada, com aparência positiva para estimular os professores”, finalizou.

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