econstruir o modelo para uma educação pública e popular é o desafio do
sistema de ensino brasileiro, de acordo com o fundador do Instituto
Paulo Freire, o argentino Carlos Alberto Torres. Em Natal para tratar
dos preparativos para os 50 anos da experiência pioneira do Método Paulo
Freire, em Angicos, o professor retornou a cidade após 30 anos e
constatou a repercussão causada na vida dos agricultores alfabetizados, à
época. Carlos Alberto concedeu coletiva, na residência oficial da
governadora, na manhã de ontem.
O implantação do Método em
Angicos, durante o governo de Aluísio Alves, ficou mundialmente
conhecida e foi ampliada posteriormente. Em setembro do próximo ano, a
experiência completa 50 anos e a Secretaria Estadual de Educação planeja
eventos para a comemoração.
"Em Angicos, pude notar que além do
método houve a construção da cidadania. Lá, afastada dos palcos de
lutas políticas, me surpreendeu encontrar um compromisso forte com o
trabalho de educar", disse o professor de Ciências Políticas e Educação
Comparada, que conversou com quatro mulheres que participaram da
introdução do aprendizado por Paulo Freire. Torres defendeu a reinvenção
do Método Paulo Freire, a partir de construção de um projeto político
pedagógico em nível nacional, como um dos pilares.
Tecendo duras
críticas a política neoliberal de privatização do ensino, do governo de
Fernando Henrique Cardoso, Carlos Alberto Torres destacou a necessidade
de valorização do professor e da expansão e qualidade do ensino de
base.
Embora berço do Método, o município de Angicos sofreu um
declínio em educação, conforme observou a governadora Rosalba Ciarlini.
"Com a interrupção do método de aprendizagem, a taxa de analfabetismo
chega a 30%", observou. A governadora destacou que até a realização da
Semana da Educação Paulo Freire - em alusão a passagem dos 50 anos da
experiência em Angicos - em setembro do próximo ano, haverá projetos de
sensibilização dos agentes da educação com o compromisso social de
educar.
O reajuste concedidos aos professores, de 66% em seis
meses, a contratação de professores e realização de concurso público
foram citados pela secretária Estadual de Educação Betânia Ramalho como
parte das ações concretas do plano de qualificação da educação do
Estado. "O desafio é sair de uma educação onerosa e de baixa qualidade
para um sistema socialmente comprometido", disse. Para resultados mais
efetivos, as escolas irão trabalhar a inclusão das famílias na
construção e acompanhamento do projeto pedagógico. A secretária
acompanhou Carlos Alberto Torres na visita a Angicos.
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