LAGOA DE MONTANHAS

segunda-feira, 11 de junho de 2012
ENSINO MEDIO DO RN EM DECADENCIA II
Ensino Médio vem sendo alvo de debate das políticas públicas nos últimos anos. Além disso, 11% dos que acabam essa etapa da Educação Básica aprenderam o que era esperado do conteúdo de matemática. Mas em que pese isso, o país vive hoje um grande processo de inclusão no Ensino Superior, com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Programa Universidade Para Todos (ProUni). "Com esses mecanismos mais inclusivos, o Ensino Médio passa a ser visto como porta de entrada para eles", explica a secretária. "Este cenário atrai mais jovens que estavam fora do sistema de ensino público".
Outro ponto relevante é a instalação pela Câmara dos Deputados de uma Comissão Especial (CESP) para discutir os rumos do Ensino Médio do País. A Comissão terá a função de promover estudos e apresentar propostas para reformular essa etapa de ensino. Foi eleito como presidente, o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG). O relator é Wilson Filho (PMDB-PB); o 1º vice-presidente, Fátima Bezerra (PT-RN); o 2º vice-presidente, Alex Canziani (PTB-PR), e, por fim, a Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO) foi escolhida como 3ª vice-presidente. Segundo os deputados, há a necessidade de se debater propostas para o Ensino Médio porque esta é a etapa da Educação Básica que apresenta os piores indicadores de qualidade e evasão escolar - bastante divulgados pelos veículos de comunicação nas últimas semanas.
DECRETO REGULA PROGRAMA 'UM COMPUTADOR POR ALUNO"
O Diário Oficial da União publica hoje (11) decreto que regulamenta o
programa Um Computador por Aluno (Procura) e o Regime Especial de
Incentivo a Computadores para Uso Educacional (Reicomp), que suspende a
incidência de alguns tributos, como o Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI), PIS/Pasep e a Contribuição para o Financiamento
da Seguridade Social (Cofins), sobre o computador a ser comprado e suas
matérias-primas.
O objetivo do Procura é promover a inclusão digital nas escolas das redes públicas de ensino federal, estadual, distrital, municipal e nas escolas sem fins lucrativos de atendimento a pessoas com deficiência. O decreto substitui a Medida Provisória 563, publicada em abril.
No Reicomp terão prioridade as soluções de software livre e de código aberto, sem custos de licenças, conforme as diretrizes das políticas educacionais do Ministério da Educação.
A medida é ato conjunto dos ministérios da Educação e da Fazenda, mas poderá ser alterada pelos ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e da Ciência, Tecnologia e Inovação, por meio de portaria, sempre que fatores técnicos ou econômicos o determinem.
O objetivo do Procura é promover a inclusão digital nas escolas das redes públicas de ensino federal, estadual, distrital, municipal e nas escolas sem fins lucrativos de atendimento a pessoas com deficiência. O decreto substitui a Medida Provisória 563, publicada em abril.
No Reicomp terão prioridade as soluções de software livre e de código aberto, sem custos de licenças, conforme as diretrizes das políticas educacionais do Ministério da Educação.
A medida é ato conjunto dos ministérios da Educação e da Fazenda, mas poderá ser alterada pelos ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e da Ciência, Tecnologia e Inovação, por meio de portaria, sempre que fatores técnicos ou econômicos o determinem.
CONVENÇÕES MARCAM O INÍCIO DA CAMPANHA
Para muitos especialistas em direito eleitoral, o calendário oficial das
eleições 2012 começa no dia 7 de outubro de 2011. Desde esta data,
todos os candidatos a cargo eletivo nas eleições municipais devem estar
com a filiação deferida no âmbito partidário.
De lá para cá, partidos e pré-candidatos cumpriram diversos ritos previstos em lei e empregaram muito esforço na busca de alianças que os tornem competitivos na eleição que se avizinha.
O jogo eleitoral começa a ser jogado a partir de agora. Desde ontem (10) até o próximo dia 30, os partidos estão obrigados a realizar suas convenções destinadas a deliberar sobre coligações e escolher candidatos a prefeito, a vice-prefeito e a vereador. A campanha eleitoral começará no dia 6 de julho.
Em Natal, quase todas as convenções já estão marcadas. O mais afoito é o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT). Apesar de toda polêmica em torno das contas do seu último ano de gestão à frente da Prefeitura de Natal, ele age como se nada tivesse ocorrido na Câmara Municipal de Natal. O pedetista marcou a convenção para o dia 16, mesma data dos partidos aliados.
No dia 24 de junho, será a vez do Bloco do Eu Sozinho, a convenção do PT, que vai homologar a candidatura do deputado estadual, Fernando Mineiro.
O PSOL marcou sua convenção para o dia 29 de junho e traz como novidade a candidatura do professor Robério Paulino. O partido dirigido por Sandro Pimentel, desta vez candidato a vereador, fechou aliança com o PSTU.
No dia 30, último dia do prazo para realização das convenções, acompanharemos três homologações: a de Hermano Morais (PMDB), a de Rogério Marinho (PSDB) e a de Micarla de Souza (PV).
O IFRN (Instituto Federal) será o palco das convenções do PDT, do PT e do PSOL. O Palácio dos Esportes abrigará a festa dos peemedebistas. Um ginásio da Cidade da Esperança será palco da convenção do PSDB.
A provável convenção do PV, como tudo que está relacionado à prefeita Micarla de Sousa, ainda está em aberto.
Este é o roteiro das convenções na capital do Estado. Cumprido este rito, partidos e candidatos vão gastar suas energias na difícil e onerosa busca de votos. Repito: a partir do dia 6 de julho, uma sexta-feira, quando a propaganda eleitoral será permitida. Seja o que o povo quiser!
De lá para cá, partidos e pré-candidatos cumpriram diversos ritos previstos em lei e empregaram muito esforço na busca de alianças que os tornem competitivos na eleição que se avizinha.
O jogo eleitoral começa a ser jogado a partir de agora. Desde ontem (10) até o próximo dia 30, os partidos estão obrigados a realizar suas convenções destinadas a deliberar sobre coligações e escolher candidatos a prefeito, a vice-prefeito e a vereador. A campanha eleitoral começará no dia 6 de julho.
Em Natal, quase todas as convenções já estão marcadas. O mais afoito é o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT). Apesar de toda polêmica em torno das contas do seu último ano de gestão à frente da Prefeitura de Natal, ele age como se nada tivesse ocorrido na Câmara Municipal de Natal. O pedetista marcou a convenção para o dia 16, mesma data dos partidos aliados.
No dia 24 de junho, será a vez do Bloco do Eu Sozinho, a convenção do PT, que vai homologar a candidatura do deputado estadual, Fernando Mineiro.
O PSOL marcou sua convenção para o dia 29 de junho e traz como novidade a candidatura do professor Robério Paulino. O partido dirigido por Sandro Pimentel, desta vez candidato a vereador, fechou aliança com o PSTU.
No dia 30, último dia do prazo para realização das convenções, acompanharemos três homologações: a de Hermano Morais (PMDB), a de Rogério Marinho (PSDB) e a de Micarla de Souza (PV).
O IFRN (Instituto Federal) será o palco das convenções do PDT, do PT e do PSOL. O Palácio dos Esportes abrigará a festa dos peemedebistas. Um ginásio da Cidade da Esperança será palco da convenção do PSDB.
A provável convenção do PV, como tudo que está relacionado à prefeita Micarla de Sousa, ainda está em aberto.
Este é o roteiro das convenções na capital do Estado. Cumprido este rito, partidos e candidatos vão gastar suas energias na difícil e onerosa busca de votos. Repito: a partir do dia 6 de julho, uma sexta-feira, quando a propaganda eleitoral será permitida. Seja o que o povo quiser!
QUANDO A MÁQUINA DA PAU
Era para ser apenas um problema no mecanismo de acúmulo e retenção de sangue no pênis. Mas a história
da humanidade transformou a impotência em um enorme problema social.
Viaje pelo lado mais mole da natureza masculina e confira por que o
futuro promete ser bem menos broxante.
O mecanismo é simples. A lógica é linear. Tudo nasce com um estímulo – visual, tátil, olfativo, escolha o seu. Os neurônios do cérebro interpretam a mensagem e disparam uma resposta. Neurotransmissores pulam de sinapse em sinapse com a missão de contar ao pênis a boa-nova, às vezes nem tão boa, às vezes nem tão nova. Os cilindros esponjosos responsáveis pelo espetáculo do crescimento entendem o recado. Relaxam a musculatura e dilatam suas artérias. O sangue inunda as estruturas porosas, as veias ao redor são pressionadas, o líquido é retido no local. É a ereção.
Princípios de hidráulica e bioquímica explicam o, como diz o Aurélio, “levantamento do pênis em conseqüência de acúmulo de sangue em seu tecido erétil”. Coisa de máquina – e como todo maquinário, sujeito a falhas. Algumas físicas (endurecimento das artérias, problemas cardíacos ou colesterol elevado), outras psicológicas (como no dia em que a ansiedade bateu de frente e abreviou a festinha). Com uma big diferença: nenhum homem reage a uma broxada como se fosse uma falha mecânica. Bem longe disso: episódios de disfunção erétil costumam ser associados a noções culturais. Impotência. Fracasso. Falta de masculinidade. Pronto: a falha fisiológica virou um problema social, devastador não apenas para o gênero masculino – quantas vezes não são as mulheres que se culpam pelo sono em berço esplêndido do impávido colosso?
A broxada é pop. A indesejada flacidez do pênis na hora H foi debatida por todos os povos em todas as épocas. Mas nem sempre a falha foi considerada um estigma de incapacidade. No livro Impotence: A Cultural History (“Impotência: Uma História Cultural”, ainda sem tradução para o português), o canadense Angus McLaren, professor de história e especialista em sexualidade e medicina da Universidade de Victoria, afirma que a definição de impotência é mais complexa do que se pensa. Trata-se de um conceito histórico – depende das circunstâncias, da cultura da época e dos padrões de desempenho masculino. Falar de broxada, portanto, é caminhar pela história humana.
Um pulo à Antiguidade clássica revela uma situação bem diferente. Para os gregos, o casamento era apenas um contrato, e os filhos poderiam ser adotados se houvesse problema na reprodução. Quando a necessidade de uma descendência numerosa deixou de ser obrigação, o monstro mudou de cara. Foi provavelmente a partir do século 6 a.C. que o medo da disfunção erétil, como os médicos chamam o problema, virou o inimigo a ser combatido. Os gregos, liberais quando o assunto era sexo (eram comuns o adultério e a promiscuidade), costumavam rir de quem “navegasse sem remo”. Na Roma antiga, o poeta Catulo (84 - 54 a.C.) referia-se com carinho a seu “pardal morto”, o órgão hoje apelidado de pinto ou peru, para ficar no reino animal.
As metáforas da época deixam claro que o pênis estava associado ao poder. Para os povos guerreiros da Antiguidade, sexo significava penetração – no homem ou na mulher. Em sociedades como a grega e a romana, em que os membros da elite podiam usufruir de quem quisessem, o pênis era a viga de sustentação da transa. Não havia problema na cama desde que o homem dominasse seus parceiros. A mulher assumia um papel coadjuvante. O homem freqüentemente era bissexual – só importava que ele fosse ativo, com a espada pronta para lutar o bom combate.
Quem sentisse “fraquezas” podia se valer de afrodisíacos, palavra que remete à deusa grega do amor, Afrodite. O historiador romano Plínio (23-79 d.C.) chegou a enumerar as receitas mais populares para restaurar o apetite sexual: folhas de mandrágora, alho triturado com coentro fresco ou água da fervura do aspargo. Se esses remédios falhassem, o jeito era apelar para pratos mais pesados: genitália de bodes e galos ou focinho e patas de lagarto com vinho branco, sementes de rúcula e satirião, uma orquídea. Hoje, sabe-se que os efeitos desse banquete são muito mais psicológicos do que físicos. O máximo que esse coquetel de estimulantes faz é acelerar a circulação, aumentando a intensidade de percepção das sensações físicas.
Tudo isso vigorou até o século 18, quando se começou a falar de impotência como doença curável com o uso de tônicos e bálsamos. Outra possibilidade de cura era a aplicação de eletricidade (ai!) no órgão combalido. Era o começo, ainda incipiente, do que viria a ser o tratamento médico do problema. O front psicológico, porém, experimentava poucos avanços. Embora a Igreja não controlasse mais tanto a vida das pessoas, homens eram levados a acreditar que um pênis eternamente flácido era resultado de abusos na juventude. Era a época de um sucesso de vendas, o livro Onania, publicado em 1712 pelo cirurgião John Marten. O subtítulo da obra é tão avantajado quanto esclarecedor: O Horrendo Pecado da Autopolução e Todas as Assustadoras Conseqüências em Ambos os Sexos, com Aconselhamento Espiritual e Físico para Aqueles Que Já Se Machucaram por Causa Dessa Prática Abominável. A bola da vez passava a ser a masturbação, responsabilizada por toda a desgraça física e moral da humanidade, do câncer à esquizofrenia, da fadiga crônica à, é claro, impotência.
A coisa ficou mais dura (ok, mais mole) quando as concepções artísticas e filosóficas do romantismo ganharam espaço na Europa do século 19, associando a culpa pelo sexo solitário ao culto à santidade da mulher e à idealização do casamento. Provavelmente o exemplo mais pitoresco é o do escritor inglês John Ruskin (1819-1900), que teria proposto à esposa que esperassem 5 anos antes de ter relações. Ela acabou não aceitando, alegando que o marido ficou chocado porque o corpo feminino era diferente do que ele havia imaginado. Crítico de arte acostumado a admirar a beleza das estátuas gregas, Ruskin teria se escandalizado com o fato de a mulher real ter pêlos púbicos e aí... isso mesmo, broxava. O ideal romântico e a vida real se confundiam também na cabeça de um paciente impotente descrito por um médico americano. Segundo seu depoimento, “a esposa era muito boa, muito delicada para um mero animal como ele... era impossível dessacralizar seu lindo corpo com um ato tão vil”.
Depois de centenas de operações frustradas, foi ficando claro que o tratamento não funcionava. Ao contrário: foram constatadas infecções, choques circulatórios e muitas complicações resultantes de rejeição imunológica. O ataque cirúrgico à impotência, porém, sobrevive até hoje na forma das próteses. Os modelos mais usados nada mais são do que hastes infláveis de silicone implantadas nos corpos cavernosos do pênis. Na hora H, elas são preenchidas ou por um líquido, que vem de um reservatório no interior do abdome, ou pelo ar, por meio de uma bomba dentro do saco escrotal, que permite ao proprietário controlar a ereção.
Felizmente, a frente medicinal menos invasiva também avançou. Em 1998, o mundo recebeu com alívio o Viagra, a primeira pílula contra a impotência masculina. Ele reinou sozinho até 2001, quando foi lançado o Uprima, seguido pelo Cialis e pelo Levitra. Todos atuam potencializando o mecanismo que provoca o relaxamento da musculatura dos corpos cavernosos do pênis, aumentando o influxo de sangue e mantendo a ereção firme e prolongada. E pau na máquina!
Agora que estamos nos finalmentes, vale a pena relembrar uma frase do início do texto: “tudo nasce com um estímulo”. Só depois do incentivo erótico é que o cérebro envia para o pênis, por meio dos nervos da espinha dorsal, as mensagens químicas que possibilitam a ereção. Sobre o tal estímulo não há remédio que atue: ele vem da nossa relação com as pessoas que vivem no mundo. Isso quer dizer que a ereção pode até ser uma máquina – mas nós não somos. Mais complicado? Sem dúvida. Mas, se não fosse assim, provavelmente a vida seria, digamos, meio broxante.
O mecanismo é simples. A lógica é linear. Tudo nasce com um estímulo – visual, tátil, olfativo, escolha o seu. Os neurônios do cérebro interpretam a mensagem e disparam uma resposta. Neurotransmissores pulam de sinapse em sinapse com a missão de contar ao pênis a boa-nova, às vezes nem tão boa, às vezes nem tão nova. Os cilindros esponjosos responsáveis pelo espetáculo do crescimento entendem o recado. Relaxam a musculatura e dilatam suas artérias. O sangue inunda as estruturas porosas, as veias ao redor são pressionadas, o líquido é retido no local. É a ereção.
Princípios de hidráulica e bioquímica explicam o, como diz o Aurélio, “levantamento do pênis em conseqüência de acúmulo de sangue em seu tecido erétil”. Coisa de máquina – e como todo maquinário, sujeito a falhas. Algumas físicas (endurecimento das artérias, problemas cardíacos ou colesterol elevado), outras psicológicas (como no dia em que a ansiedade bateu de frente e abreviou a festinha). Com uma big diferença: nenhum homem reage a uma broxada como se fosse uma falha mecânica. Bem longe disso: episódios de disfunção erétil costumam ser associados a noções culturais. Impotência. Fracasso. Falta de masculinidade. Pronto: a falha fisiológica virou um problema social, devastador não apenas para o gênero masculino – quantas vezes não são as mulheres que se culpam pelo sono em berço esplêndido do impávido colosso?
A broxada é pop. A indesejada flacidez do pênis na hora H foi debatida por todos os povos em todas as épocas. Mas nem sempre a falha foi considerada um estigma de incapacidade. No livro Impotence: A Cultural History (“Impotência: Uma História Cultural”, ainda sem tradução para o português), o canadense Angus McLaren, professor de história e especialista em sexualidade e medicina da Universidade de Victoria, afirma que a definição de impotência é mais complexa do que se pensa. Trata-se de um conceito histórico – depende das circunstâncias, da cultura da época e dos padrões de desempenho masculino. Falar de broxada, portanto, é caminhar pela história humana.
O falo fala
Se pudéssemos voltar aos primórdios da civilização, desembarcaríamos
em uma época em que a mortalidade infantil era alta e a expectativa de
vida trombava nos 20 anos, quando muito. Ter uma penca de filhos era uma
estratégia de sobrevivência familiar – representava uma chance maior de
algum descendente alcançar a vida adulta e dar continuidade à família. O
maior terror do homem
não era broxar uma ou outra vez, mas ser estéril. Se um “velhinho” de
30 anos fosse incapaz de ter ereção depois de ter vários filhos, beleza,
não tinha importância.Um pulo à Antiguidade clássica revela uma situação bem diferente. Para os gregos, o casamento era apenas um contrato, e os filhos poderiam ser adotados se houvesse problema na reprodução. Quando a necessidade de uma descendência numerosa deixou de ser obrigação, o monstro mudou de cara. Foi provavelmente a partir do século 6 a.C. que o medo da disfunção erétil, como os médicos chamam o problema, virou o inimigo a ser combatido. Os gregos, liberais quando o assunto era sexo (eram comuns o adultério e a promiscuidade), costumavam rir de quem “navegasse sem remo”. Na Roma antiga, o poeta Catulo (84 - 54 a.C.) referia-se com carinho a seu “pardal morto”, o órgão hoje apelidado de pinto ou peru, para ficar no reino animal.
As metáforas da época deixam claro que o pênis estava associado ao poder. Para os povos guerreiros da Antiguidade, sexo significava penetração – no homem ou na mulher. Em sociedades como a grega e a romana, em que os membros da elite podiam usufruir de quem quisessem, o pênis era a viga de sustentação da transa. Não havia problema na cama desde que o homem dominasse seus parceiros. A mulher assumia um papel coadjuvante. O homem freqüentemente era bissexual – só importava que ele fosse ativo, com a espada pronta para lutar o bom combate.
Quem sentisse “fraquezas” podia se valer de afrodisíacos, palavra que remete à deusa grega do amor, Afrodite. O historiador romano Plínio (23-79 d.C.) chegou a enumerar as receitas mais populares para restaurar o apetite sexual: folhas de mandrágora, alho triturado com coentro fresco ou água da fervura do aspargo. Se esses remédios falhassem, o jeito era apelar para pratos mais pesados: genitália de bodes e galos ou focinho e patas de lagarto com vinho branco, sementes de rúcula e satirião, uma orquídea. Hoje, sabe-se que os efeitos desse banquete são muito mais psicológicos do que físicos. O máximo que esse coquetel de estimulantes faz é acelerar a circulação, aumentando a intensidade de percepção das sensações físicas.
Culpa na cama
Novo salto no tempo, novas mudanças. No medievalismo cristão, o homem
de verdade voltou a ser aquele que tinha muitos filhos. Sexo só era
admitido para procriação e o autocontrole – algo inimaginável para os
antigos gregos e romanos – era incentivado como uma qualidade do bom
cristão. E assim, se na cultura antiga o falo ereto era um sinal de
poder, no início da Idade Média
virou um símbolo do pecado original. Quando o bichão se recusava a dar
sinal de vida, a culpa era do Diabo. Acreditava-se que feiticeiras com
pacto com o demônio tinham o poder de lançar maldições sobre a vítima:
aparecer como uma amante fantasma, esfriar o desejo sexual, tornar a
parceira repugnante e tampar o duto seminal para impedir a ejaculação. O
antídoto era mandar diretamente para a fogueira a feiticeira que havia
amaldiçoado o órgão. Também ajudava consumir iguarias que provocassem
flatulência – acreditava-se que a ereção era impulsionada pelo gás
abdominal.Tudo isso vigorou até o século 18, quando se começou a falar de impotência como doença curável com o uso de tônicos e bálsamos. Outra possibilidade de cura era a aplicação de eletricidade (ai!) no órgão combalido. Era o começo, ainda incipiente, do que viria a ser o tratamento médico do problema. O front psicológico, porém, experimentava poucos avanços. Embora a Igreja não controlasse mais tanto a vida das pessoas, homens eram levados a acreditar que um pênis eternamente flácido era resultado de abusos na juventude. Era a época de um sucesso de vendas, o livro Onania, publicado em 1712 pelo cirurgião John Marten. O subtítulo da obra é tão avantajado quanto esclarecedor: O Horrendo Pecado da Autopolução e Todas as Assustadoras Conseqüências em Ambos os Sexos, com Aconselhamento Espiritual e Físico para Aqueles Que Já Se Machucaram por Causa Dessa Prática Abominável. A bola da vez passava a ser a masturbação, responsabilizada por toda a desgraça física e moral da humanidade, do câncer à esquizofrenia, da fadiga crônica à, é claro, impotência.
A coisa ficou mais dura (ok, mais mole) quando as concepções artísticas e filosóficas do romantismo ganharam espaço na Europa do século 19, associando a culpa pelo sexo solitário ao culto à santidade da mulher e à idealização do casamento. Provavelmente o exemplo mais pitoresco é o do escritor inglês John Ruskin (1819-1900), que teria proposto à esposa que esperassem 5 anos antes de ter relações. Ela acabou não aceitando, alegando que o marido ficou chocado porque o corpo feminino era diferente do que ele havia imaginado. Crítico de arte acostumado a admirar a beleza das estátuas gregas, Ruskin teria se escandalizado com o fato de a mulher real ter pêlos púbicos e aí... isso mesmo, broxava. O ideal romântico e a vida real se confundiam também na cabeça de um paciente impotente descrito por um médico americano. Segundo seu depoimento, “a esposa era muito boa, muito delicada para um mero animal como ele... era impossível dessacralizar seu lindo corpo com um ato tão vil”.
Freud excita
Veio o século 20 e com ele os estudos de Sigmund Freud (1856-1939),
defendendo que a impotência resultava da inabilidade individual de
conciliar os ímpetos primitivos (os desejos sexuais) com as convenções
sociais e a realidade. Outros sexólogos deixaram como herança a certeza
de que problemas como ansiedade e repressão eram as causas tanto da
falha masculina quanto da frigidez feminina. Nem todos, entretanto, se
renderam à “cura pela palavra” proposta pela psicanálise. O século 20
foi também palco de experiências que prometiam erguer o pênis
na faca. O ícone dessa vertente foi o médico russo Serge Voronoff
(1866-1951), para quem a baixa concentração de testosterona (o principal
hormônio sexual masculino, produzido pelos testículos) poderia causar
impotência ao diminuir a libido. Como solução, Serge propunha inserir
uma fatia do testículo de um “doador” (um prisioneiro ou até mesmo um
macaco) no escroto do receptor, com a esperança de que ocorreria uma
fusão com o tecido preexistente.Depois de centenas de operações frustradas, foi ficando claro que o tratamento não funcionava. Ao contrário: foram constatadas infecções, choques circulatórios e muitas complicações resultantes de rejeição imunológica. O ataque cirúrgico à impotência, porém, sobrevive até hoje na forma das próteses. Os modelos mais usados nada mais são do que hastes infláveis de silicone implantadas nos corpos cavernosos do pênis. Na hora H, elas são preenchidas ou por um líquido, que vem de um reservatório no interior do abdome, ou pelo ar, por meio de uma bomba dentro do saco escrotal, que permite ao proprietário controlar a ereção.
Felizmente, a frente medicinal menos invasiva também avançou. Em 1998, o mundo recebeu com alívio o Viagra, a primeira pílula contra a impotência masculina. Ele reinou sozinho até 2001, quando foi lançado o Uprima, seguido pelo Cialis e pelo Levitra. Todos atuam potencializando o mecanismo que provoca o relaxamento da musculatura dos corpos cavernosos do pênis, aumentando o influxo de sangue e mantendo a ereção firme e prolongada. E pau na máquina!
Agora que estamos nos finalmentes, vale a pena relembrar uma frase do início do texto: “tudo nasce com um estímulo”. Só depois do incentivo erótico é que o cérebro envia para o pênis, por meio dos nervos da espinha dorsal, as mensagens químicas que possibilitam a ereção. Sobre o tal estímulo não há remédio que atue: ele vem da nossa relação com as pessoas que vivem no mundo. Isso quer dizer que a ereção pode até ser uma máquina – mas nós não somos. Mais complicado? Sem dúvida. Mas, se não fosse assim, provavelmente a vida seria, digamos, meio broxante.
ESPIRROU? A CULPA É DOS ASIATICOS
A garganta arranha, os olhos ficam vermelhos, vem o primeiro espirro... No dia seguinte, a febre e as dores pelo corpo confirmam a suspeita. Parabéns, você está com a doença mais comum desta época do ano: gripe! Conforme o tempo passa, as pessoas vão sarando, adquirem imunidade e o vírus da gripe
some. Só que, no ano seguinte, ele reaparece em nova versão – e derruba
todo mundo outra vez. Mas de onde vêm, afinal, as ondas de gripe? Um estudo inédito, que analisou 13 mil amostras do influenza (vírus que causa a gripe) ao longo de 5 anos, parece ter encontrado a resposta. “Os novos tipos aparecem no sudeste asiático”,
diz Colin Russell, epidemiologista da Universidade de Cambridge e autor
da pesquisa. Ninguém sabe exatamente o porquê, mas Russell arrisca dois
motivos. Como na Ásia o vírus contamina muita gente, ficaria mais sujeito a sofrer mutações no seu DNA (devido a erros de cópia quando o vírus passa de uma pessoa para outra). E são essas mutações que causam as epidemias mundiais de gripe – porque resultam em novos subtipos do vírus, contra os quais ninguém possui imunidade.
Comparando as amostras coletadas pelo mundo, os cientistas também puderam medir o tempo que o vírus leva para se deslocar. Quanto mais fortes as relações comerciais entre duas regiões, mais facilmente ele se desloca de uma para outra (pois há maior tráfego de pessoas e mercadorias contaminadas). É por isso que a gripe passa pela Europa e pelos EUA antes de chegar ao Brasil. O autor da pesquisa espera que ela ajude a melhorar as vacinas (leia texto ao lado), mas acha difícil erradicar a gripe. “O influenza parece ter uma capacidade infinita de enganar o nosso sistema imunológico”, admite Russell. Atchim!
A gripe começa a se intensificar na Califórnia (região oeste), Texas (sul), Nova York e Pensilvânia (nordeste) e explode por todo o país – onde o consumo do remédio Oseltamir, que mata parte dos vírus, pode acabar estimulando mutações.
O vírus chega na virada do ano, que é a época mais fria. A epidemia dura de 2 a 4 meses e ataca todos os países da região. Na última onda de gripe, os mais afetados foram Grécia, Holanda e Irlanda (ninguém sabe exatamente o porquê).
Os primeiros casos começam a aparecer em abril, na Região Norte. A epidemia vai descendo, com velocidade aproximada de 1 500 quilômetros por mês, e alcança seu auge na metade do ano, quando chega às Regiões Sudeste e Sul.
Fontes The Global Circulation of Seasonal Influenza (2008), Seasonality of Influenza in Brazil (2007), European Influenza Surveillance Scheme (EISS), Organização Mundial da Saúde e governo dos EUA.
Comparando as amostras coletadas pelo mundo, os cientistas também puderam medir o tempo que o vírus leva para se deslocar. Quanto mais fortes as relações comerciais entre duas regiões, mais facilmente ele se desloca de uma para outra (pois há maior tráfego de pessoas e mercadorias contaminadas). É por isso que a gripe passa pela Europa e pelos EUA antes de chegar ao Brasil. O autor da pesquisa espera que ela ajude a melhorar as vacinas (leia texto ao lado), mas acha difícil erradicar a gripe. “O influenza parece ter uma capacidade infinita de enganar o nosso sistema imunológico”, admite Russell. Atchim!
E a vacina?
Ela promete eficácia de 80% e duração de 12 meses. Mas, conforme se espalha pelo mundo, o vírus da gripe pode sofrer mutações – e adquirir a capacidade de driblar a vacina, cuja composição é definida anualmente pela Organização Mundial da Saúde. A OMS tem uma rede de laboratórios em 94 países, que identifica os 3 subtipos de vírus mais comuns – que são usados na fórmula do ano seguinte. Quer dizer: a vacina disponível hoje é baseada em vírus
de 2007. Os médicos garantem que, mesmo assim, ela funciona. Mas já
existe quem proponha uma solução extrema: a criação de um supervírus,
que juntaria as características de todos os tipos de influenza e seria usado para estudos em laboratório. “Seria o primeiro passo em direção a uma vacina mais universal”, sugere Peter Palese, da Escola de Medicina Mount Sinai, nos EUA.A rota do atchim
Veja o percurso do vírus influenza, que causa as ondas de gripe
A diversidade climática e os centros urbanos apinhados fazem com que essa região seja a incubadora perfeita para o surgimento de novas variantes do vírus e sua disseminação. Os principais focos são China, Taiwan, Hong Kong e Coréia do Sul.A gripe começa a se intensificar na Califórnia (região oeste), Texas (sul), Nova York e Pensilvânia (nordeste) e explode por todo o país – onde o consumo do remédio Oseltamir, que mata parte dos vírus, pode acabar estimulando mutações.
O vírus chega na virada do ano, que é a época mais fria. A epidemia dura de 2 a 4 meses e ataca todos os países da região. Na última onda de gripe, os mais afetados foram Grécia, Holanda e Irlanda (ninguém sabe exatamente o porquê).
Os primeiros casos começam a aparecer em abril, na Região Norte. A epidemia vai descendo, com velocidade aproximada de 1 500 quilômetros por mês, e alcança seu auge na metade do ano, quando chega às Regiões Sudeste e Sul.
“Hermanos”
O Brasil não sofre sozinho: depois de herdarmos a gripe do Peru e do
Chile, repassamos esse “presentão” para nossos vizinhos argentinos.
Turismo mutante
Praga se modifica ao circular pelo mundo
Três tipos de vírus influenza circulam pelo mundo. O tipo A é o mais comum. Ele tem diversos subtipos (mutações) – cada um deles está representado por uma cor diferente no mapa acima.
300 a 900 milhões
De pessoas, a cada ano, ficam gripadas (o que corresponde a 5 a 15% da população mundial). Dessas, 250 mil a 500 mil morrem.
18 a 72 horas
É o tempo em que, depois que uma pessoa é contaminada pelo vírus, começam a aparecer os primeiros sintomas.
US$ 71 bilhões
É o prejuízo causado todos os anos, só nos EUA, pelas epidemias de gripe (somando gastos hospitalares e dias de trabalho perdidos pelos doentes).
25 milhões
Foi o número de mortos pela gripe espanhola, que se espalhou em 1918 e 1919 e é considerada a pior epidemia de gripe da história.Fontes The Global Circulation of Seasonal Influenza (2008), Seasonality of Influenza in Brazil (2007), European Influenza Surveillance Scheme (EISS), Organização Mundial da Saúde e governo dos EUA.
domingo, 10 de junho de 2012
PT LIDERA BLOCO QUE QUER LIBERAR POLITICOS CONDENADOS
rasília – Liderados pelo PT, que já apresentou
recurso junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), presidentes e
dirigentes de 18 partidos pedirão ao TSE que revogue decisão de não
conceder registro eleitoral para os políticos que tiveram contas
eleitorais rejeitadas em 2010. A norma está na Resolução 23.376, que
disciplina as eleições municipais de outubro. No pedido de
reconsideração, o PT argumenta que a norma até agora era de exigir a
apresentação das contas de campanha e não a aprovação, lembrando que há
cointas em julgamento até hoje. A nova resolução prevê que o candidato
não terá a chamada quitação eleitoral – que na prática significa o
registro de candidato, caso tenha contas desaprovadas. Os partidos
assinaram nesta quarta-feira, em reunião no Senado, moção de apoio ao
recurso do PT, que será entregue ao tribunal em audiência a ser marcada.
Entre os presentes ao encontro, estavam os presidentes do PMDB, senador Valdir Raupp (RO); do DEM, senador José Agripino Maia (RN); do PPS, deputado Roberto Freire (PPS), e do PP, senador Francisco Dornelles (RJ), além de representantes de outros 14 partidos. Assinam o documentos dirigentes do PMDB, PSDB, PR, PTB, PSB, PP, PSD, PRTB, PV, PCdoB, PRP, PPS, DEM e PRB.
Os partidos querem que a decisão seja aplicada para as próximas eleições, a partir de 2014, por exemplo, mas reclamam que não se pode alterar as regras há menos de um ano da eleição, prazo previsto na legislação eleitoral. A avaliação, segundo dados do próprio TSE, segundo as siglas, é que a atual decisão pode afetar 21 mil candidatos que já tiveram contas reprovadas.
Prevendo críticas, os presidentes dos partidos disseram que não se trata de revogar a “Ficha Limpa”, que já está em vigor, apenas um dispositivo de uma resolução.
- Trata-se de uma iniciativa que o TSE tomou por quatro votos a três e que não respeita a anterioridade de um ano. É preciso dar tempo aos partidos se prepararem. Não se trata de desqualificar a ficha-suja, não é isso. É a questão da anterioridade. E essa reunião dos partidos é inédita, porque é algo que afeta de A a Z. A reunião foi para elaborar uma moção que será encaminhada ao presidente do TSE – disse o senador José Agripino, presidente do DEM.
Na mesma linha, o senador Valdir Raupp disse que convidou os partidos para discutir uma questão que afeta a todos. O presidente do PT, Rui Falcão, esteve no encontro para explicar o recurso do partido, protocolado no último dia oito.
Raupp argumentou que até a eleição de 2010, a exigência era da apresentação das contas.
Surpreendentemente, essa decisão do TSE não respeita o prazo de que as regras sejam fixadas um ano antes do pleito, para dar tempo de adequação. A Lei da Ficha Limpa é uma coisa e a Resolução do TSE é outra. Não tem uma coisa a ver com a outra. Há essa avaliação que 21 mil, 28 mil políticos que disputaram as últimas eleições estão com pendências – disse Raupp.
O deputado Luciano de Castro (PR-RR), que esteve no encontro, disse que o TSE precisa entender que candidatos estão com recursos pendentes no próprio TSE sobre suas contas.
- Como o TSE vai fazer com aqueles candidatos que cumpriram os prazos, apresentaram recursos sobre suas contas e estão esperando?- disse Luciano Castro.
Entre os argumentos do PT, está o de que, muitas vezes, as contas são bloqueadas por pareceres de auditores ou de instâncias inferiores e que, depois, isso é revisto. Para o partido, esse processo de julgamento final das contas não pode ser confundido com autorização para ser candidato.
Entre os presentes ao encontro, estavam os presidentes do PMDB, senador Valdir Raupp (RO); do DEM, senador José Agripino Maia (RN); do PPS, deputado Roberto Freire (PPS), e do PP, senador Francisco Dornelles (RJ), além de representantes de outros 14 partidos. Assinam o documentos dirigentes do PMDB, PSDB, PR, PTB, PSB, PP, PSD, PRTB, PV, PCdoB, PRP, PPS, DEM e PRB.
Os partidos querem que a decisão seja aplicada para as próximas eleições, a partir de 2014, por exemplo, mas reclamam que não se pode alterar as regras há menos de um ano da eleição, prazo previsto na legislação eleitoral. A avaliação, segundo dados do próprio TSE, segundo as siglas, é que a atual decisão pode afetar 21 mil candidatos que já tiveram contas reprovadas.
Prevendo críticas, os presidentes dos partidos disseram que não se trata de revogar a “Ficha Limpa”, que já está em vigor, apenas um dispositivo de uma resolução.
- Trata-se de uma iniciativa que o TSE tomou por quatro votos a três e que não respeita a anterioridade de um ano. É preciso dar tempo aos partidos se prepararem. Não se trata de desqualificar a ficha-suja, não é isso. É a questão da anterioridade. E essa reunião dos partidos é inédita, porque é algo que afeta de A a Z. A reunião foi para elaborar uma moção que será encaminhada ao presidente do TSE – disse o senador José Agripino, presidente do DEM.
Na mesma linha, o senador Valdir Raupp disse que convidou os partidos para discutir uma questão que afeta a todos. O presidente do PT, Rui Falcão, esteve no encontro para explicar o recurso do partido, protocolado no último dia oito.
Raupp argumentou que até a eleição de 2010, a exigência era da apresentação das contas.
Surpreendentemente, essa decisão do TSE não respeita o prazo de que as regras sejam fixadas um ano antes do pleito, para dar tempo de adequação. A Lei da Ficha Limpa é uma coisa e a Resolução do TSE é outra. Não tem uma coisa a ver com a outra. Há essa avaliação que 21 mil, 28 mil políticos que disputaram as últimas eleições estão com pendências – disse Raupp.
O deputado Luciano de Castro (PR-RR), que esteve no encontro, disse que o TSE precisa entender que candidatos estão com recursos pendentes no próprio TSE sobre suas contas.
- Como o TSE vai fazer com aqueles candidatos que cumpriram os prazos, apresentaram recursos sobre suas contas e estão esperando?- disse Luciano Castro.
Entre os argumentos do PT, está o de que, muitas vezes, as contas são bloqueadas por pareceres de auditores ou de instâncias inferiores e que, depois, isso é revisto. Para o partido, esse processo de julgamento final das contas não pode ser confundido com autorização para ser candidato.
PT QUER CANDIDATURAS DE "FICHAS SUJA"
Na próxima terça ou quinta-feira a atenção dos pré-candidatos ao pleito
2012 estará focada no Tribunal Superior Eleitoral. Da Corte máxima da
Justiça Eleitoral virá a decisão sobre o recurso impetrado por 18
partidos políticos que entraram com recurso contra a resolução do TSE
vetando a candidatura de políticos que tiveram contas desaprovadas. No
Rio Grande do Norte, o mais recente levantamento feito pelo Tribunal
Regional Eleitoral mostra que quase 90 políticos estão enquadrados na
restrição do TSE. A corregedora da Corte, ministra Nancy Andrighi,
colocará na pauta de votação o recurso impetrado pelas 18 legendas
lideradas pelo PT. Na prática, os representantes partidários querem a
derrubada da restrição.
A mobilização é contra a resolução do TSE, aprovada por 4 votos a 3, em maio passado, que defendeu a aprovação das contas como condição para a obtenção do registro. "Entendo que não se pode considerar quite com a Justiça Eleitoral candidato que teve as contas desaprovadas porque isso tiraria a razão de existir da prestação de contas. A prestação de contas seria apenas uma mera formalidade, sem repercussão na situação jurídica do candidato", disse a ministra Nancy Andrighi, quando do julgamento da resolução.
Para ela, o candidato que foi negligente e não observou a legislação não pode ter o mesmo tratamento do candidato que cumpriu seus deveres. "A aprovação das contas não pode ter o mesmo efeito da desaprovação", resumiu. Atualmente, a Corregedoria do TSE tem o registro de 21 mil políticos que tiveram as contas desaprovadas em eleições anteriores.
No pedido de reconsideração, o Partido dos Trabalhadores argumenta que a norma até agora era de exigir a apresentação das contas de campanha e não a aprovação, lembrando que há contas em julgamento até hoje. A nova resolução prevê que o candidato não terá a chamada quitação eleitoral - que na prática significa o registro de candidato, caso tenha contas desaprovadas.
Os partidos querem que a decisão seja aplicada para as próximas eleições, a partir de 2014, por exemplo, mas reclamam que não se pode alterar as regras há menos de um ano da eleição, prazo previsto na legislação eleitoral.
Entre os argumentos do PT, está o de que, muitas vezes, as contas são bloqueadas por pareceres de auditores ou de instâncias inferiores e que, depois, isso é revisto. Para o partido, esse processo de julgamento final das contas não pode ser confundido com autorização para ser candidato.
Sobre a análise da representação dos partidos para tentarem liberar políticos com contas desaprovadas no pleito passado, Erick Pereira avalia que o momento é de insegurança jurídica para o pleito. "Estamos em um momento de grande insegurança, porque o Direito está com imprevisibilidade diante dos julgamentos, não houve pronunciamento e não sabemos o que virá da decisão do Tribunal Superior Eleitoral", comentou o advogado.
A mobilização é contra a resolução do TSE, aprovada por 4 votos a 3, em maio passado, que defendeu a aprovação das contas como condição para a obtenção do registro. "Entendo que não se pode considerar quite com a Justiça Eleitoral candidato que teve as contas desaprovadas porque isso tiraria a razão de existir da prestação de contas. A prestação de contas seria apenas uma mera formalidade, sem repercussão na situação jurídica do candidato", disse a ministra Nancy Andrighi, quando do julgamento da resolução.
Para ela, o candidato que foi negligente e não observou a legislação não pode ter o mesmo tratamento do candidato que cumpriu seus deveres. "A aprovação das contas não pode ter o mesmo efeito da desaprovação", resumiu. Atualmente, a Corregedoria do TSE tem o registro de 21 mil políticos que tiveram as contas desaprovadas em eleições anteriores.
No pedido de reconsideração, o Partido dos Trabalhadores argumenta que a norma até agora era de exigir a apresentação das contas de campanha e não a aprovação, lembrando que há contas em julgamento até hoje. A nova resolução prevê que o candidato não terá a chamada quitação eleitoral - que na prática significa o registro de candidato, caso tenha contas desaprovadas.
Os partidos querem que a decisão seja aplicada para as próximas eleições, a partir de 2014, por exemplo, mas reclamam que não se pode alterar as regras há menos de um ano da eleição, prazo previsto na legislação eleitoral.
Entre os argumentos do PT, está o de que, muitas vezes, as contas são bloqueadas por pareceres de auditores ou de instâncias inferiores e que, depois, isso é revisto. Para o partido, esse processo de julgamento final das contas não pode ser confundido com autorização para ser candidato.
Sobre a análise da representação dos partidos para tentarem liberar políticos com contas desaprovadas no pleito passado, Erick Pereira avalia que o momento é de insegurança jurídica para o pleito. "Estamos em um momento de grande insegurança, porque o Direito está com imprevisibilidade diante dos julgamentos, não houve pronunciamento e não sabemos o que virá da decisão do Tribunal Superior Eleitoral", comentou o advogado.
COPA ROBINSON FARIA DE SELEÇÕES
Aconteceu
no último sábado, dia 26, na Rádio Agreste da cidade de Santo Antônio a
reunião deliberativa para a realização da Copa Robinson Faria de
Seleções de Futebol do Agreste. A competição será a 2ª Edição no formato
de representação de uma única equipe por Município, a 1ª edição foi
realizada no ano de 2002, portanto serão Seleções ou equipes que se
denominarão de Seleção de cada cidade. Estiveram presentes
representantes da maioria das cidades que irão participar da competição.
Na oportunidade já ficou definido a participação de 20 Seleções que já
se definiu em Grupos compostos de 4 Seleções em cada um dos grupos.
TORNEIO INÍCIO:
O TORNEIO INÍCIO será dia 10 de junho na cidade de Brejinho com a participação de todas as Seleções inscritas.
A COMPETIÇÃO:
Os grupos ficaram da seguinte forma:
GRUPO A
SANTO ANTONIO
MONTE ALEGRE
ESPIRITO SANTO
JUNDIÁ
GRUPO B
LAGOA SALGADA
SERRINHA
PEDRO VELHO
NOVA CRUZ
GRUPO C
PASSA E FICA
BREJINHO
PASSAGEM
VÁRZEA
GRUPO D
BOA SAUDE
VERA CRUZ
CANGUARETAMA
S. J. CAMPESTRE
GRUPO E
MONTANHAS
LAGOA DANTA
GOIANINHA
M. DAS GAMELEIRAS
GRUPO F (A SER COMPLETADO)
LAGOA DE VELHOS
A
coordenação da Copa Robinson Faria de Seleções informou ainda de que
até o próximo dia 02 de maio, sábado, poderão formar mais outros GRUPOS,
então as cidades que ainda não se inscreveram, tem esta oportunidade de
participarem da maior competição de futebol, envolvendo cidades.
Espera-se o contato com LAGOA DE PEDRAS, SERRA CAIADA, NIZIA
FLORESTA, GEORGINO AVELINO, SÃO JOSÉ DE MIPIBU, BAIA FORMOSA, ARÊS,
TANGARÁ, VILA FLOR, TIBAU DO SUL, SENADOR ELOI DE SOUZA E SERRA DE SÃO
BENTO. Assim fecharia todo o Agreste e Litoral sul potiguar.
Para
a realização da Copa Robinson Faria de Seleções, envolvendo apenas uma
única representação de cada Município foi feito o convite e divulgado
amplamente através da Radio Agreste AM e FM e pela INTERNET através dos
BLOGS e SITES, para Secretários Municipais de Esportes, para
Coordenadores de Esportes dos Municípios e para presidentes de Clubes de
futebol amador da Região Agreste e Litoral Sul. Estiveram presentes boa
parte de Secretários ou representantes, mais o município que não se fez
representar pelo Secretário, foi substituído na competição, pela equipe
que primeiro pediu acesso na competição, a exemplo do Cruzeiro de
Jundiá, o Santos de Espírito Santo, o Vila Nova de Pedro Velho, o São
Sebastião de Nova Cruz, o Força Jovem de Lagoa Dantas entre outros, que
para a competição se denominarão em regulamento e na tabela como SELEÇÃO
DO MUNICÍPIO.
sábado, 9 de junho de 2012
HOMEM FICA 5 DIAS SOTERRADO E ESCAPA
O caminhoneiro Renato Varela de Oliveira, 43, foi resgatado na noite
desta quinta-feira no Paraná após ficar cinco dias soterrado. O homem
contou que sobreviveu pois se alimentou das laranjas que estava
transportando.
Oliveira saiu à 21h de sábado (2) de São Paulo e deveria chegar ao Rio Grande do Sul na segunda-feira (4). Ao não chegar ao local de entrega, a empresa transportadora em que trabalha teria notificado a polícia sobre o desaparecimento.
O dono da transportadora e o pai da vítima localizaram o caminhão guiado por Oliveira por volta das 17h30 de ontem. O veículo tombou à 1h de domingo (3) na rodovia PR-151 na altura do km 200, no sentido Rio Grande do Sul, na cidade Jaguariaíva (238 km de Curitiba).
A vítima estava consciente mas preso nas ferragens da cabine do caminhão. A operação de resgate durou aproximadamente três horas e meia.
Segundo o soldado Pablo, do Corpo de Bombeiros de Jaguariaíva, que participou do resgate da vítima, Oliveira disse que a forte neblina e o cansaço fizeram ele perder o controle da direção do caminhão em uma curva, causando o acidente.
O caminhoneiro foi levado ao Hospital Carolina Lupion duas costelas quebradas e escoriações pelo corpo. A equipe de enfermagem afirmou que o estado de saúde de Oliveira é estável e que a vítima está recebendo hidratação, já que ele ficou muitos dias sem se alimentar.
RESGATE
A cabine do caminhão ficou praticamente toda enterrada no solo após o acidente e a carga de laranjas caiu em cima do motorista.
O soldado Pablo, que auxiliou no resgate, contou que o homem "estava preso às ferragens e só tinha movimento de um braço". "Ele nos contou durante o resgate que só sobreviveu porque comeu as laranjas que caíram na cabine do caminhão. Além disso, ele disse que choveu muito e a água subiu até a altura de seu pescoço", disse.
Ainda de acordo com o bombeiro, o resgate foi difícil, pois o caminhão estava em um local perigoso e o acesso à vítima era precário. A equipe --auxiliada pela Polícia Rodoviária Estadual -- teve que cavar o solo para permitir a saída de Oliveira do caminhão.
"Quando retiramos ele [das ferragens], ele estava conversando e nos agradecendo. Não acreditava que ele ainda estava vivo depois de ficar tanto tempo soterrado. Esse foi, com certeza, o resgate mais difícil e mais bonito que já fiz", contou o soldado.
Oliveira saiu à 21h de sábado (2) de São Paulo e deveria chegar ao Rio Grande do Sul na segunda-feira (4). Ao não chegar ao local de entrega, a empresa transportadora em que trabalha teria notificado a polícia sobre o desaparecimento.
O dono da transportadora e o pai da vítima localizaram o caminhão guiado por Oliveira por volta das 17h30 de ontem. O veículo tombou à 1h de domingo (3) na rodovia PR-151 na altura do km 200, no sentido Rio Grande do Sul, na cidade Jaguariaíva (238 km de Curitiba).
A vítima estava consciente mas preso nas ferragens da cabine do caminhão. A operação de resgate durou aproximadamente três horas e meia.
Segundo o soldado Pablo, do Corpo de Bombeiros de Jaguariaíva, que participou do resgate da vítima, Oliveira disse que a forte neblina e o cansaço fizeram ele perder o controle da direção do caminhão em uma curva, causando o acidente.
O caminhoneiro foi levado ao Hospital Carolina Lupion duas costelas quebradas e escoriações pelo corpo. A equipe de enfermagem afirmou que o estado de saúde de Oliveira é estável e que a vítima está recebendo hidratação, já que ele ficou muitos dias sem se alimentar.
Divulgação | ||
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O caminhoneiro Renato Varela de Oliveira, 43, foi resgatado pelos bombeiros após ficar cinco dias soterrado |
A cabine do caminhão ficou praticamente toda enterrada no solo após o acidente e a carga de laranjas caiu em cima do motorista.
O soldado Pablo, que auxiliou no resgate, contou que o homem "estava preso às ferragens e só tinha movimento de um braço". "Ele nos contou durante o resgate que só sobreviveu porque comeu as laranjas que caíram na cabine do caminhão. Além disso, ele disse que choveu muito e a água subiu até a altura de seu pescoço", disse.
Ainda de acordo com o bombeiro, o resgate foi difícil, pois o caminhão estava em um local perigoso e o acesso à vítima era precário. A equipe --auxiliada pela Polícia Rodoviária Estadual -- teve que cavar o solo para permitir a saída de Oliveira do caminhão.
"Quando retiramos ele [das ferragens], ele estava conversando e nos agradecendo. Não acreditava que ele ainda estava vivo depois de ficar tanto tempo soterrado. Esse foi, com certeza, o resgate mais difícil e mais bonito que já fiz", contou o soldado.
PRESIDENTE URUGUAIO DOA 90% DO SALARIO PARA OS POBRES
BUENOS AIRES — A presidente Cristina Kirchner anunciou esta semana a
decisão de transferir para pesos um depósito bancário de US$ 3 milhões,
na tentativa de convencer os argentinos a pouparem em moeda nacional.
Com um patrimônio estimado em US$ 15 milhões, ela é uma das mulheres
mais ricas do país e integra a lista de presidentes milionários da
região, como o chileno Sebastián Piñera. Do outro lado do Rio da Prata, o
uruguaio José “Pepe” Mujica, o chefe de Estado mais pobre do
continente, vive em condições de austeridade e conserva o mesmo
patrimônio que possuía quando chegou ao poder, em 2010: uma humilde
chácara a 20 quilômetros de Montevidéu e um fusca modelo 1987, avaliado
em US$ 1.925. Mujica doa 90% dos US$ 12.500 que recebe mensalmente a
programas sociais.
Quando o Uruguai recuperou sua democracia, em 1985, Mujica, um ex-guerrilheiro tupamaro, saiu da prisão e disse que todos em seu país deviam aprender a “viver como pobres”. E foi o que ele fez. Junto com sua companheira, a senadora e também ex-tupamara LuciaTopolansky — que, ao contrário do presidente, pertencia a uma família de classe alta — mudou-se para a chácara e construiu uma vida simples.
Na semana passada, Mujica, de 77 anos, foi notícia no Uruguai por ter saído sozinho para comprar uma tampa de privada. Na volta para casa, o presidente foi visto pelos jogadores do Huracán del Paso de la Arena, um time local, que o chamaram para comer um churrasco e conversar. E lá foi Mujica, com a tampa de privada debaixo do braço.
— A simplicidade do presidente não é pose — contou o jornalista do “El País” Eduardo Delgado. — Participei de várias viagens presidenciais, e todos fomos com Mujica em aviões de companhias comerciais e em classe econômica.
Em entrevista ao semanário “Búsqueda”, realizada durante a campanha eleitoral de 2009, o presidente explicou sua teoria. Para ele, viver como pobre é a única maneira de libertar-se das pressões da sociedade de consumo.
“Temos de escapar da escravidão que impõe a dependência material, que é uma das coisas que mais roubam tempo na sociedade contemporânea”, filosofou então Mujica. “Se você se deixa arrastar pelas pressões da sociedade de consumo, não existe dinheiro que alcance, não tem fim, é infinito”.
Além de doar seu salário, Mujica destina parte do dinheiro restante a pagar tratamentos de saúde para uma de suas irmãs, que sofre de esquizofrenia, segundo confirmaram pessoas que há muitos anos convivem com o presidente. Em sua chácara, a única mudança desde que se tornou presidente foi a construção de uma casinha para os seguranças. Com certa aversão ao protocolo, Mujica teve de aceitar, também, roupas novas. Mas sempre preservando seu estilo informal, que não inclui, até hoje, o uso de gravata.
— Já jantei na casa do presidente, e até a comida é muito simples: é uma típica família de classe média baixa — contou um jornalista uruguaio, que pediu para não ser identificado.
O jeito Mujica de ser é bem visto por muitos uruguaios, mas questionado pelas classes mais altas, que têm certa dificuldade em aceitar um presidente que fala e vive como um homem do campo. Ainda com dois anos e meio de governo pela frente, Mujica tem 52% de aprovação popular, segundo pesquisa do instituto Data Medida. Já seu vice, Danilo Astori, um economista moderado e com um estilo bem mais sofisticado, obteve 60% de avaliação positiva.
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Quando o Uruguai recuperou sua democracia, em 1985, Mujica, um ex-guerrilheiro tupamaro, saiu da prisão e disse que todos em seu país deviam aprender a “viver como pobres”. E foi o que ele fez. Junto com sua companheira, a senadora e também ex-tupamara LuciaTopolansky — que, ao contrário do presidente, pertencia a uma família de classe alta — mudou-se para a chácara e construiu uma vida simples.
Na semana passada, Mujica, de 77 anos, foi notícia no Uruguai por ter saído sozinho para comprar uma tampa de privada. Na volta para casa, o presidente foi visto pelos jogadores do Huracán del Paso de la Arena, um time local, que o chamaram para comer um churrasco e conversar. E lá foi Mujica, com a tampa de privada debaixo do braço.
— A simplicidade do presidente não é pose — contou o jornalista do “El País” Eduardo Delgado. — Participei de várias viagens presidenciais, e todos fomos com Mujica em aviões de companhias comerciais e em classe econômica.
Em entrevista ao semanário “Búsqueda”, realizada durante a campanha eleitoral de 2009, o presidente explicou sua teoria. Para ele, viver como pobre é a única maneira de libertar-se das pressões da sociedade de consumo.
“Temos de escapar da escravidão que impõe a dependência material, que é uma das coisas que mais roubam tempo na sociedade contemporânea”, filosofou então Mujica. “Se você se deixa arrastar pelas pressões da sociedade de consumo, não existe dinheiro que alcance, não tem fim, é infinito”.
Além de doar seu salário, Mujica destina parte do dinheiro restante a pagar tratamentos de saúde para uma de suas irmãs, que sofre de esquizofrenia, segundo confirmaram pessoas que há muitos anos convivem com o presidente. Em sua chácara, a única mudança desde que se tornou presidente foi a construção de uma casinha para os seguranças. Com certa aversão ao protocolo, Mujica teve de aceitar, também, roupas novas. Mas sempre preservando seu estilo informal, que não inclui, até hoje, o uso de gravata.
— Já jantei na casa do presidente, e até a comida é muito simples: é uma típica família de classe média baixa — contou um jornalista uruguaio, que pediu para não ser identificado.
O jeito Mujica de ser é bem visto por muitos uruguaios, mas questionado pelas classes mais altas, que têm certa dificuldade em aceitar um presidente que fala e vive como um homem do campo. Ainda com dois anos e meio de governo pela frente, Mujica tem 52% de aprovação popular, segundo pesquisa do instituto Data Medida. Já seu vice, Danilo Astori, um economista moderado e com um estilo bem mais sofisticado, obteve 60% de avaliação positiva.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/mundo/presidente-uruguaio-vive-em-chacara-doa-90-do-salario-5155911#ixzz1xHpHiY9Z
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