LAGOA DE MONTANHAS

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domingo, 14 de abril de 2013

BANCADA EVANGÉLICA GANHA FORÇA NO CONGRESSO NACIONAL

Composta por 73 parlamentares, sendo 70 deputados e três senadores, a bancada evangélica voltou a ganhar força na atual legislatura, depois de sair da corrida eleitoral de 2006 com apenas 36 deputados. Atualmente, o grupo se movimenta para barrar mudanças no Código Penal. Saiba quem são os principais líderes da bancada.
Luis Moreira / Agência Câmara
Deputado João Campos
O deputado João Campos (PSDB-GO) tem 50 anos e desde 1996 é pastor da Assembleia de Deus. Em seu terceiro mandato como deputado federal, é presidente da bancada evangélica e vice-líder do PSDB na Câmara. Além de pastor, João Campos também é delegado da Polícia Civil de Goiás e chegou a ser vice-presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil. É dele a proposta de mudança na Constituição (PEC-99) que prevê o direito às igrejas de contestarem leis junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) por meio de Adins (Arguição de inconstitucionalidade). Ele também é um defensor da "cura gay". Uma proposta de João Campos quer impedir que o Conselho Federal de Psicologia puna profissionais que tratam a homossexualidade como transtorno.
Renato Araújo / Agência Brasil
Deputado Anthony Garotinho
Ex-prefeito de Campos dos Goytacazes, sua cidade natal, ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (PR –RJ) é vice-presidente da bancada evangélica. No próximo ano, Garotinho pretende se candidatar ao governo do Rio de Janeiro. Ele tem 53 anos, é radialista desde os 15 anos e pertence à Igreja Presbiteriana desde 1994, quando, segundo ele próprio, trocou a visão marxista pelo Evangelho. No ano passado, exigiu desculpas do ministro Gilberto Carvalho devido à declaração de que os evangélicos conservadores “têm uma visão do mundo controlada por pastores de televisão”. Usando recursos regimentais, o deputado chegou a derrubar uma sessão da Câmara e o ministro acabou se reunindo com a bancada para se desculpar. Garotinho é investigado em quatro inquéritos no STF. Acusado de ter sido chefe político das ações de corrupção na cúpula da Polícia do Rio de Janeiro, Garotinho chegou a ser condenado a dois anos e meio de prisão por formação de quadrilha. A pena, no entanto, foi convertida em prestação de serviços à comunidade e suspensão de direitos políticos. Garotinho recorreu, disputou a vaga de deputado para qual foi eleito com 700 mil votos, maior votação do Estado do Rio de Janeiro. Nas eleições de 2002, disputou a Presidência da República e angariou mais de 15 milhões de votos.
Renato Araújo / Agência Brasil
Deputado Eduardo Cunha
Integrante da igreja Sara Nossa Terra, o deputado Eduardo Cunha (RJ) é líder do PMDB, segunda maior bancada da Câmara dos Deputados. Chegou ao posto a contragosto do Planalto, após ter atuado para a campanha do petista Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo. Cunha é um dos principais articuladores da eleição do pastor Marco Feliciano à Presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Ele cedeu ao PSC as quatro vagas do PMDB na comissão. No STF, Eduardo Cunha é acusado de falsificação de documentos e sonegação de impostos. Ele é autor do Projeto de Lei 7.382/2010, que estabelece punição para pessoas que praticarem “discriminação contra heterossexuais”. Nessa proposta, colocada como contraponto à proposta que criminaliza a homofobia, Cunha pede pena de até três anos de prisão para estabelecimentos que proibirem entrada de casais heterossexuais ou que impeçam ou restrinjam “a expressão de afetividade”.
Moreira Mariz / Agência Senado
Senador Magno Malta
O senador Magno Malta (PR-ES) é músico e pastor da Igreja Batista e conhecido por frequentemente usar a Bíblia em seus pronunciamentos no Senado. Ele é líder da banda de pagode gospel Tempero do Mundo e adotou uma postura agressiva contra o ministro Gilberto Carvalho - que disse que os evangélicos conservadores “têm uma visão do mundo controlada por pastores de televisão” - o chamando de "safado" e "mentiroso". Ele também é autor da PEC 27, intitulada PEC da Cidadania, que prevê a eleição de analfabetos. Outra proposta polêmica de autoria do senador, que presidiu a CPI da Pedofilia, é a que prevê pena de prisão perpétua para crimes praticados contra crianças ou adolescentes. O senador também é defensor da realização de plebiscitos sobre temas como aborto, serviço militar obrigatório e união de homossexuais. No STF é investigado por crime eleitoral em processo que corre em segredo de Justiça. O senador também foi acusado de envolvimento na máfia das Sanguessugas devido à apresentação de emendas favoráveis à empresa Planam no valor de R$ 1 milhão.
Renato Araújo / Agência Brasil
Deputado Lincoln Portela
No 4º mandato, o deputado Lincoln Portela (PR-MG) é pastor e presidente da Igreja Batista Solidária. Na Câmara, ele assumiu neste ano a presidência da Comissão de Legislação Participativa, órgão responsável por receber e dar encaminhamento às propostas de iniciativa popular, como foi o caso da proposta que resultou na Lei da Ficha Limpa. Portela é também radialista e apresentador de televisão. Atualmente apresenta o Programa 30 minutos, aos sábados, na Rede Minas. Formado em Teologia, o deputado costuma realizar palestras sobre família. Ele defende o ensino religioso nas escolas, mas com uma roupagem de “Estudo da Paz”. Essa ideia está presente no Estatuto da Paz, de sua autoria, que inclui matérias que ensinam “valores, atitudes, modos de comportamento e estilos de vida”, nos currículos escolares do ensino fundamental e médio. No STF, Portela responde pelo crime de fraude em licitação.

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