LAGOA DE MONTANHAS

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terça-feira, 16 de julho de 2013

AUDIENCIA DE PM QUE MATOU ADVOGADA É ADIADA


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Corpo de advogada foi enterrado na zona rural de Parelhas (Foto: Anderson Barbosa/G1) (Foto: Anderson Barbosa/G1)Corpo de advogada foi enterrado em Parelhas
(Foto: Anderson Barbosa/G1)
O juiz Ederson Solano Batista de Morais, titular da Vara Única da Comarca de Santo Antônio, no Rio Grande do Norte, cancelou a audiência marcada inicialmente para esta quarta-feira (17) e remarcou para o dia 25 de setembro o início do processo de julgamento do soldado da Polícia Militar Gleyson Alex de Araújo Galvão, acusado de matar a pauladas a advogada Vanessa Ricarda de Medeiros, de 37 anos. O crime aconteceu na noite de 14 de fevereiro deste ano dentro de um motel na cidade de Santo Antônio, a 70 quilômetros de Natal.
Segundo o advogado da família da vítima, Emanuel de Holanda Grilo, foi o defensor público designado para representar o acusado quem pediu o adiamento da audiência. “Ele justificou ao juiz que já tinha sido intimado para um outro compromisso marcado para o dia 17, no mesmo horário em que seria a audiência deste caso”, explicou.
Apesar da mudança da data para o dia 25 de setembro, o local da audiência de instrução continua o mesmo: a partir das 9h, na sala de audiência do Fórum Desembargador José Humberto de Azevedo Barbalho, que fica na rua Ana de Pontes, no Centro de Santo Antônio.
O advogado Emanuel Grilo também acrescentou ao G1 que durante a audiência serão ouvidas as testemunhas de defesa e acusação e, caso não haja pedido de novas diligências por qualquer das partes, o magistrado poderá interrogar o réu e já proferir sentença, decidindo se o PM vai ou não à júri popular.
"O juiz provavelmente pronunciará o réu, pois a competência do Tribunal do Júri para julgá-lo é indubitável. A não ser que, no curso da instrução processual, venha a ser descoberto que o crime se deu com objetivo de subtrair algum bem da vítima, o que configuraria o crime de latrocínio, cuja competência é do juiz singular. Mas é incontroverso que Gleyson foi quem matou Vanessa”.

Gleyson, que está preso desde a noite do assassinato, foi indiciado por homicídio triplamente qualificado (motivo fútil, emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima).
Em depoimento à polícia, o acusado disse que a advogada, sua ex-namorada, teria ficado enfurecida com uma ligação que ele havia recebido e tentado agredi-lo. Em razão disso, os dois, “entraram em vias de fato e, durante essa contenda caíram ambos, não lembrando o que ocorreu depois disso”, diz o documento.
Ainda segundo o depoimento, Gleyson afirma ter passado boa parte do dia anterior à morte da advogada bebendo com ela e que, a briga, teria sido iniciada porque ele havia se recusado a revelar o nome da pessoa que havia ligado para o celular dele. Também consta no relato do PM que ele “não sabe como aquele pedaço de madeira foi aparecer no interior daquele quarto”, acrescentando “que só depois da prisão começou a entender onde se encontrava, mas que os policiais de serviço não deixaram mais que ele entrasse no quarto”.
A família de Vanessa Ricarda não acredita que ela tenha ido se encontrar com o suspeito para beber. Genilson Dantas, cunhado da advogada, afirma que ela era evangélica e não consumia bebidas alcoólicas. Ele também disse que acredita que Vanessa tenha ido se encontrar com o policial militar sob ameaça. “Ele sempre dizia que iria matá-la e que também mataria pessoas da família”, disse Genilson.
Segundo o capitão Fábio Sandrine, comandante do batalhão da PM na cidade de Goianinha, onde o soldado estava lotado, Gleyson tem sete anos de corporação. "Ele trabalhava na praia da Pipa, mas foi transferido para a cidade de Passagem. Só que ele não se apresentou. Então recebemos esta triste notícia que ele havia matado a namorada. Lamentável", comentou o oficial no dia seguinte ao crime.
O policial, preso em flagrante, encontra-se detido no quartel do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), na zona Norte de Natal.
Já a advogada, foi inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil em 2011, segundo a própria OAB no RN. O corpo dela foi enterrado no dia 15 de fevereiro, no cemitério público da comunidade de Santo Antônio da Cobra, distrito a 18 quilômetros de Parelhas, na região Seridó.
Familiares e amigos acompanharam o enterro (Foto: Anderson Barbosa/G1)Familiares e amigos acompanharam o enterro da
advogada (Foto: Anderson Barbosa/G1)
Entenda o caso
De acordo com a polícia, funcionários do Motel Cactus, onde a advogada Vanessa Ricarda foi espancada, acionaram a guarnição depois que escutaram uma discussão do casal. “Eles ouviram a mulher gritando e nós fomos chamados”, contou o tenente Everthon Vinício, do 8º Batalhão da PM.
Ainda segundo o oficial, o PM foi encontrado na área comum do prédio onde funciona o motel. O tenente contou também que Gleyson apresentava sinais de embriaguez e manchas de sangue pelo corpo. “Ele vestia somente um short, que estava todo sujo de sangue”, afirmou.
Ao entrarem no quarto, os policiais encontraram a advogada desacordada e ensanguentada. “O rosto dela estava bastante desfigurado e os objetos do quarto revirados”, relatou o delegado Everaldo Fonseca.

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