LAGOA DE MONTANHAS

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sábado, 6 de abril de 2013

ÍNDIOS PODEM PERDER SUAS TERRAS EM SAGI -BAIA FORMOSA



Na Praia de Sagi em Baía Formosa, a 101 quilômetros de Natal, está localizada a Fazenda Pituba, lar dos descendentes dos Índios Potiguaras que batizaram o local de aldeia Sagi-Trabanda. São 75 hectares de paisagem natural, onde atualmente vivem 43 famílias. Mas a tribo corre o risco de ser retirada do local, já que um empresário moveu uma ação de reintegração de posse, afirmando ter comprado da área. A Justiça deu ganho de causa ao empresário, uma vez que a Fundação Nacional do Indio (Funai) não confirmou a presença de índios nas terras em questão.

Segundo o cacique Manoel Leôncio, a sobrevivência da tribo vem da agricultura e da pesca há mais de 100 anos. Mesmo com traços diferente de outros povos indígenas, eles se esforçam para manter as tradições, repassando as danças e os cantos de geração para geração. 

Em 13 de março, a juíza Daniela do Nascimento Cosmo, da comarca de Canguaretama, determinou a reintegração de posse ao empresário e presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis, Waldemir Bezerra.

 “Eles disseram que compraram a terra há sete anos. Como pode, se eu moro aqui há 28 anos. Quem é o verdadeiro dono da terra, que comprou a terra há sete anos ou quem vive aqui há 28 anos", questionou Osmar Jerônimo, descendente de índio.
No cemitério da aldeia, seu José Amaro mostrou onde estão enterrados os irmãos. Um deles nascido em 1911 na aldeia Trabanda. Para o descendente, é a prova  de que habitam a região há cerca de um século. “Agora eles querem tirar a gente do nosso lugar", lamentou Amaro da Silva, descendente de índio.

Para o empresário, a decisão judicial é a prova da legalidade da posse das terras, e da falta de provas de que os moradores da região são descendentes indígenas. Mesmo com a decisão desfavorável, os índios garantem que irão continuar lurando lutar pelo direito de permanecer nas terras onde nasceram.

"Estamos esperando um documento chegar de Brasília pra gente poder entrar em ação. Enquanto não chegar estamos esperando ajuda. Daqui a gente não vai arredar o pé de jeito nenhum", finalizou Manoel Leôncio, o cacique da tribo.

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