 |
|
Rodrigo César é acusado de estuprar mulheres próximo à BR 101 |
O
estudante de direito Rodrigo César da Silva Costa, 28 anos, foi preso
em flagrante na noite desta quarta-feira (21), acusado de estupros na
cidade de Parnamirim, região metropolitana de Natal. Segundo a delegada
Patrícia Gama, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à
Mulher (Deam) da cidade, ele é acusado de estuprar pelo menos quatro
mulheres. A prisão foi feita após campana de policiais civis da Deam,
num matagal que fica por trás do Posto Dudu, quando ele chegava com mais
uma de suas vítimas.
Patrícia da Gama diz que há uma semana e
meia a equipe da Deam/Parnamirim vinha investigando a ação do estudante
após várias queixas de estupro feitas na delegacia. "Os policiais iam
toda noite ao local onde ele levava as vítimas para tentar localiza-lo".
O referido local fica por trás de um posto de combustíveis nas
proximidades do Aeroporto Internacional Augusto Severo.
Ele
costumava abordar as mulheres nas proximidades da BR e as obrigava a
subir na garupa de sua motocicleta para ir até aquele local, sob ameaça
de morte. Com ele, os agentes apreenderam uma faca peixeira. O acusado
que atualmente trabalhava como porteiro, estava sendo investigado pela
equipe da DEAM chefiada pela delegada Patrícia Melo, depois que três
vítimas compareceram à especializada para denunciar o crime.
Apesar
de ter confessado somente dois dos estupros, a delegada acredita que o
estudante de direito seja mesmo o autor dos quatro crimes denunciados à
Deam Parnamirim. "As características batem com a descrição das vítimas".
Patrícia Gama agora espera o reconhecimento das vítimas para indiciá-lo
por prática de estupro.
vembro 2012 -
Hora: 14:18 -
Por: Alessandra Bernardo

Rodrigo Cesar levava mulheres para uma área deserta. Quatro delas procuraram a polícia. Foto: Divulgação
O homem apontado como o autor de, pelo menos, quatro estupros em
Parnamirim foi preso em flagrante ontem à noite, quando abusava de uma
jovem de 20 anos, numa estrada carroçável perto do Aeroporto
Internacional Augusto Severo. Ele vinha sendo procurado há cerca de duas
semanas pelos policiais civis da Delegacia Especializada da Mulher
(Deam) do município, que montou campana no local indicado pelas vítimas.
O universitário Rodrigo César da Silva Costa, 28 anos, é estudante do
curso de Direito de uma faculdade particular de Natal e porteiro de um
edifício comercial na avenida Prudente de Morais, no bairro do Tirol.
Ele terminou reconhecido pela penúltima vítima, que diz ter sido atacada
por ele há duas semanas, quando retornava do trabalho, próximo ao trevo
da BR-101, em Parnamirim.
Após o caso ter sido denunciado à Polícia Civil, os agentes passaram a
monitorar os pontos indicados pelas vítimas, nos horários em que
aconteceram os ataques e ontem à noite, conseguiram flagrar o momento em
que Rodrigo César levava uma jovem para o matagal, numa área por trás
do Posto do Dudu, na BR-101, por volta das 22 horas.
“Quando o abordamos, ele estava abusando a jovem, que chorava muito e
pedia, insistentemente, que ele não fizesse nada contra ela. Ele ainda
tentou fugir, correndo por dentro do matagal, mas os policiais que
estavam em outra equipe conseguiram prendê-lo e o trouxemos para a
delegacia, onde ele foi autuado por estupro”, explicou o chefe de
investigações da Deam de Parnamirim, Adônis Azevedo.
Ele afirmou que o universitário confessou, em depoimento, que havia
violentado sexualmente duas mulheres, mas outras duas jovens o
reconheceram como o homem que as atacou, em outubro passado. Todas
revelaram detalhes que o incriminam, como o modo que ele abordava as
vítimas e as violentava.

Região usada pelo universitário para levar suas vítimas fica perto do Aeroporto Internacional Augusto Severo. Foto: José Aldenir
Dentro de uma mochila usada pelo acusado havia um lençol azul, uma
camisa de cor vermelha, um livro “Coletânea Básica Penal”. Além disso,
os policiais civis encontraram ainda uma faca que ele usava para ameaçar
as mulheres, um telefone celular e um casaco com os símbolos da
Aeronáutica, onde ele serviu por alguns anos. Uma motocicleta e dois
capacetes também foram apreendidos com Rodrigo César.
No local onde houve o flagrante, marcas de pneus de motocicleta ainda
eram visíveis na manhã de hoje. Rodrigo César é ex-militar da
Aeronáutica e, segundo Adônis, conhecia bem o local onde cometia os
crimes, no bairro de Emaús.
A delegada Patrícia Gama suspeita que outras mulheres tenham sido
atacadas pelo acusado, mas que, por medo ou por terem sido ameaçadas por
ele, não tenham denunciado o fato à Polícia Civil. Por isso, a
expectativa é que, após a prisão e divulgação das imagens do acusado na
imprensa potiguar, outras vítimas tenham coragem, denunciem a violência e
reconheçam o acusado.
“Ele confessou apenas dois, mas já são quatro jovens que o reconhecem
como o homem que as atacou sexualmente. Por isso, acreditamos que o
número de vítimas seja bem maior e que, com a publicidade do caso, elas
se encorajem e compareçam à delegacia para denunciá-lo e o reconheçam,
seja pessoalmente ou através de fotografias. É muito importante que as
vítimas deste homens procurem a polícia, para que a justiça seja feita”,
afirmaram os policiais.
ACUSADO ATACAVA EM PARADAS DE ÔNIBUS E NAS PASSARELAS
Rodrigo César da Silva Costa sempre escolhia e atacava suas vítimas
da mesma forma: ele passava de motocicleta por paradas de ônibus e
passarelas da BR-101 em Parnamirim à noite e, caso a mulher estivesse
sozinha no local, ele a abordava com uma arma de fogo. Dizia que estava
fugindo de uma perseguição policial e que a vítima subisse no veículo e
se passasse por acompanhante dele, para despistar os policiais.
Para ser mais convincente, ele levava consigo um capacete extra, cor
de rosa, e uma mochila, que ele obrigava as vítimas a usarem. As
mulheres eram obrigadas ainda a fechar os olhos e, assim, ele as levava
para a estrada carroçável onde praticava a violência sexual.
“Depois dos abusos, ele indicava o caminho que a vítima deveria seguir
para encontrar ajuda e sair do local e até se mostrava preocupado em
saber se realmente a jovem encontraria a saída e auxílio de alguém. Ele
nunca roubava nada das vítimas, o que nos confirma que ele atacava as
mulheres exclusivamente com a intenção de estuprá-las”, afirmou o agente
da Deam, Vanilson Alves, que participou da prisão do universitário.
Uma vez no local onde violentaria a vítima, ele forrava o chão com um
lençol de cor azul e, com uma faca-peixeira apontada para a cabeça das
jovens, cometia a violência. Para impedir ou dificultar a identificação,
o acusado não retirava o capacete em momento algum.
“Só que o capacete está com o visor quebrado e, mesmo apesar da
escuridão do local e do nervosismo por causa da situação, as vítimas
conseguiram identificá-lo e nos repassaram todas as informações que
dispunham durante os depoimentos. Ele sempre usava a mesma desculpa ao
abordar as vítimas e agia sempre da mesma forma, o que nos ajudou
bastante na identificação e na localização dele”, explicou Vanilson.
A jovem que foi atacada ontem contou a uma emissora de TV local como
foram os momentos de terror que ela passou nas mãos do acusado. Bastante
nervosa, ela revelou que pensou que fosse ser morta pelo acusado,
principalmente quando percebeu que estava no meio do matagal e quando
viu a polícia abordando o acusado.
“Eu estava esperando o ônibus próximo a uma concessionária de
caminhões, na BR-101, quando ele chegou e com arma nas minhas costas, me
mandou subir na moto e colocar o capacete. Quando eu subi na moto,
sabia que ele ia me estuprar, porque, se fosse assalto, teria levado
minhas coisas e me deixado. Quando vi os policiais, pensei que fosse
morrer, porque ele estava com a faca no meu pescoço, mas aí ele soltou e
eu corri”, disse, chorando.
ACUSADO CONFESSOU
Um fato que chamou a atenção dos policiais civis da Deam de
Parnamirim e da delegada Patrícia Gama foi a frieza e a naturalidade com
que Rodrigo César da Silva Costa confessou dois, dos quatro estupros de
que é acusado. Segundo o agente Vanilson Alves, em nenhum momento do
depoimento que prestou, entre a noite de ontem e a madrugada de hoje,
ele se mostrou nervoso ou arrependido dos atos que cometeu.
“No local, ele ainda tentou fugir pelo matagal e acabou se machucando
nos galhos secos e pedras, mas na delegacia, parecia outra pessoa. Pego
em flagrante, ele acabou confessando o crime aos policiais, como se
isso não fosse nada. Muito frio, agia como se a violência que ele é
acusado fosse uma coisa natural e não se abalou em momento algum”,
disse.
A frieza do universitário também foi percebida pelos policiais que
participaram da campana e da prisão em flagrante. Segundo o chefe de
investigações da Deam Parnamirim, Adônis Azevedo, mesmo diante dos
apelos e do choro compulsivo da vítima, o acusado não demonstrou nenhum
tipo de sentimento.
“Nós estávamos escondidos no matagal e ouvimos as ordens dele para a
jovem. Ela chorava muito, mas ele dizia, sempre de forma grosseira e
agressiva, que era para ela se calar e se abaixar para a prática da
violência sexual (sexo oral). Dizia que, se ela não fizesse tudo
direitinho, aquilo iria demorar muito tempo. Não se importava com o
choro, com o sofrimento da jovem. Foi neste momento que o abordamos e o
prendemos, antes que ele fizesse algo pior a ela”, revelou Adônis.
FAMILIARES DO ACUSADO ESTÃO ARRASADOS
Na manhã de hoje, o pai do universitário, Francisco de Assis, esteve
na Deam de Parnamirim e revelou o sofrimento da família do rapaz. Ele
disse que só soube da prisão do filho por volta das 4 horas da madrugada
de hoje e que foi pego de surpresa, principalmente pela acusação.
“Estou sem palavras para isso tudo. Ele sempre teve uma boa educação,
morou muito tempo com a avó e estudava e trabalhava. Nunca pensamos que
fosse ser acusado de um crime desse tipo. Eu estou arrasado, a mãe
também, enfim, todos os familiares estão sem acreditar que ele foi capaz
de uma coisa dessas. A reação de todos foi péssima”, desabafou o pai de
Rodrigo César.
O padrasto do universitário, que também compareceu à delegacia nesta
manhã e não quis se identificar, ainda chegou a trocar algumas palavras
com o acusado, que não quis falar com a imprensa. Ele não disse o que
teria dito ao enteado e admitiu que estava arrasado com o fato. A
motocicleta usada pelo acusado pertence ao pai dele.