LAGOA DE MONTANHAS

LAGOA DE MONTANHAS

domingo, 11 de agosto de 2013

FELIZ DIAS DOS PAIS


HISTÓRICO
O dia dos pais no Brasil é comemorado no segundo domingo de agosto. Isso faz com que haja uma variação na mesma, caindo em dias diferentes.
A história mais conhecida em comemoração ao dia dos pais é a de William Jackson Smart, um ex-combatente da guerra civil que perdeu sua esposa quando os seis filhos eram ainda bem pequenos, criando-os sozinho. Sua filha Sonora Smart resolveu homenageá-lo, no ano de 1909, em razão da admiração que sentia, por este ter dedicado sua vida aos filhos e ter conseguido criá-los muito bem. A data escolhida foi a de nascimento de Willian, dezenove de junho.
Aos poucos a data passou a ser difundida a outras famílias da cidade onde moravam, no estado de Washington, sendo espalhada por todo país, até que o presidente Richard Nixon tornou-a oficial.
Porém, o primeiro registro de homenagem a um pai surgiu na antiga Babilônia, há mais de quatro mil anos, onde um jovem modelou e esculpiu um cartão para seu pai, desejando sorte, saúde e muitos anos de vida.
Nos Estados Unidos a data ficou estabelecida para ser comemorada no terceiro domingo de junho, assim como África do Sul, México, Canadá, França, Turquia, Venezuela, dentre outros. Na Austrália e Nova Zelândia a comemoração acontece no primeiro domingo de setembro; na Rússia, no dia vinte e três de fevereiro; na Tailândia, no dia cinco de dezembro; e na Itália, no dia 19 de março, dia de São José.
A data passou a ser comemorada no Brasil a partir de 1953. Várias entidades da imprensa se juntaram a fim de promover um concurso onde homenageariam três tipos de pais: o pai com maior número de filhos, o pai mais jovem e o pai mais velho. Os vencedores foram um pai com trinta e um filhos, um pai de 16 anos e um pai com 98 anos.
Ao se tornar pai, o homem passa a ter responsabilidades com seus filhos, devendo sustentá-los de forma digna, dar-lhes atenção, amor, carinho e proteção.
Segundo a Constituição Federal do Brasil, de 1988, o pai tem direito a cinco dias de licença após o nascimento de seus filhos, onde terá tempo para auxiliar a mãe do recém-nascido e fazer o registro do mesmo, em cartório.
O sucesso da comemoração dessa data é muito grande, movimentando bastante o comércio, pois os filhos oferecem presentes aos seus progenitores. Neste dia, os pais recebem atenção e carinho, tornando a data um dia diferente e muito especial para todos.

 REPORTAGEM DO JORNAL DE HOJE DE NATAL RN
Já dizia o ditado popular “Pai não é aquele que faz, mas sim aquele que cria”. No entanto, pai não é quem apenas cria. Pai é quem educa, dá exemplo, corrige, instrui, ama. Neste domingo, dia 11 de agosto, comemora-se o Dia dos Pais. A reportagem d’O Jornal de Hoje presta uma homenagem aos pais contando a história de um pai guerreiro e lutador. Ele não é nenhum super herói, mas bem o poderia ser. Apesar de não ter super poderes, se desdobra para trabalhar, cuidar dos afazeres domésticos e de três filhos, sendo a mais nova de um ano de idade. Ele não usa armadura, capa, escudo, tampouco espada. Sua arma principal é o sorriso estampado no rosto, que consegue derrotar qualquer inimigo que surja no dia a dia. As lutas e dificuldades que se impuseram ao longo de sua vida, muitas vezes, foram muito mais difíceis que qualquer duelo com algum arquiinimigo. Mas ele sempre permaneceu firme. Desistir é um vocábulo que não existe para ele. Este homem, pai e humano chama-se Heracles Dantas Amorim.

Nascido em Natal, no início da década de 1950, Heracles Dantas, fotógrafo deste vespertino, teve sua infância comprometida, pois foi obrigado a trabalhar logo aos seis anos de idade. Até os 18 anos, Heracles se revezava entre as feiras do Alecrim e das Rocas, montando e desmontando as bancas. Filho de Francisco Vitor de Amorim e Francisca Dantas de Amorim, Heracles conta que só estudou até o que hoje corresponde ao Ensino Médio. A partir dos 19 anos, a fotografia, a primeira paixão na vida de Heracles, surgia em sua vida, através dos cunhados que já trabalhavam no ramo.
“Meu pai me maltratava muito, por isso que dou muito amor aos meus filhos. Eu pedia dinheiro para ir ao cinema e ele me dava uma surra. Apanhei muito do meu pai, mas sempre amei meu pai e sempre o ajudei quando pude, mesmo ele me maltratando e me crucificando”, relatou o fotografo Heracles.
Aos 20 anos de idade, Heracles Dantas se casou pela primeira vez. Logo após o casamento, ele foi morar em São José dos Campos (SP), onde ficou por oito anos. Ao retornar para Natal, Heracles já era pai de três filhos: Érika, Heraclison e Hudson. Poucos anos depois, o casamento foi desfeito e Heracles, aos 32 anos, se viu sozinho para cuidar de três filhos pequenos, Érika, com oito anos, Hudson, com cinco e Heraclison com dois anos de idade.
“Foi um sofrimento grande. Foi o meu primeiro tombo. Foi a minha primeira mulher. Fiquei desesperado, tentei suicídio cinco vezes e minha filha pequena perguntava para que tinha uma corda amarrada no telhado e eu dizia que era para armar a rede, mas não era. Quando pensava em me suicidar, eu olhava para os meus filhos e chorava demais. Foi o amor a eles que me impediu de fazer uma besteira contra minha vida”, relatou o fotografo.

Seis meses depois, a ex-esposa de Heracles apareceu e pediu para cuidar dos filhos. Heracles entregou os filhos à mulher, sem problemas. “Até hoje, eles me respeitam e me amam. Ser pai para mim é sorrir, gargalhar, sofrer e chorar”, afirmou. Hoje, os três primeiros filhos já constituíram famílias, mas sempre estão por perto do pai. Dois são empresários e o mais novo é funcionário público. Heracles já tem cinco netos.
O tempo passou e às vésperas de completar 40 anos, Heracles Dantas conheceu a mulher que mudaria a sua vida completamente: Rochele Amorim, com quem foi casado por 23 anos. “Foi o meu grande amor. Ela para mim é tudo. Ela não reclamava de nada. Ela era um exemplo de mãe, de mulher dedicada à igreja e a família, de amiga, de companheira, de evangélica”. O verbo está no passado não por acaso. Infelizmente Rochele Amorim faleceu na quinta-feira, dia 1º de agosto, aos 45 anos de idade. “Agora, a queda foi muito maior que a primeira. Porque a primeira me traiu e agora Deus quem levou, então o choque foi muito maior”, revelou.
Depois de anos, a história se repete na vida de Heracles Dantas. Ele se vê novamente sozinho para cuidar de mais três filhos, fruto do relacionamento com o grande amor da sua vida. Hoje, Heracles tem, mais uma vez, que se dividir entre as obrigações profissionais, os afazeres domésticos e educar os três filhos: Rebeca, de um ano de idade, Jonatas, de 11 anos, e Jonas, de 19. “A história se repetiu do mesmo jeito, mas dessa vez a queda não tem pedreiro que tape o buraco. A ferida vai durar muito tempo para cicatrizar, pois ela era uma mulher que tinha testemunho. Uma serva de Deus e que brigava muito comigo para que eu pudesse ser mais direito. Hoje, quero fazer tudo para chegar aonde ela chegou. Sempre fui dedicado à minha esposa e tínhamos uma afinidade muito grande. Aprendi muito com ela e hoje sou pai, mãe, amigo, conselheiro e aquele que tem que sorrir, gargalhar, sofrer e chorar. Sempre gosto de repetir isso”.
Emocionado, com a voz embargada e as lágrimas escorrendo pelo rosto, Heracles disse que não é fácil ser pai diante das circunstâncias de ter perdido a esposa há poucos dias. “Não está sendo fácil, mas só tenho que agradecer a Deus, pois Ele sabe tudo o que faz. Deus tem o propósito dele e eu tenho que me endireitar para chegar onde ela está. Rochele foi um exemplo para todos nós”, afirmou.
A filha Rebeca não desgruda do pai e é quem tem dado forças para que ele permaneça firme na caminhada. Aonde o pai vai, Rebeca, que já corre pela casa, segue atrás. “Deus tem me dado forças para suportar e cada vez mais eu tenho a convicção de que ser pai não é colocar uma criança no mundo, abandonar e deixar sofrer. Ser pai é, se necessário, sofrer junto com o filho. Tenho que estar junto na dor, na alegria, na tristeza, na gargalhada”. A família de Heracles Dantas agora são os três filhos e seguem cada vez mais unidos. Esta semana, os quatros foram pescar na praia da Redinha Velha, o hobbie preferido do patriarca da família. “Minha preocupação maior é Rebeca, tão pequena, tão frágil”.

No meio dessa história, Heracles ainda foi pai adotivo de uma criança. Ele conheceu Rochele durante um curso de fotografia que ele ministrava para uma turma de alunos em um conselho comunitário na zona Norte de Natal, na qual ela era uma das participantes. Foram apenas três meses de namoro para os dois se casarem. Rochele tinha acabado de ficar viúva e era mãe de uma criança: Mônica, uma criança que tinha problemas motores, que faltava oxigênio no cérebro. Quando conheceu Mônica, Heracles se apaixonou. “Foi amor à primeira vista”, revela, “e imediatamente a amei como filha”. Infelizmente, a vida mais uma vez foi cruel com Heracles, e levou a pequena Mônica aos sete anos de idade. “Me casei com Rochele porque me apaixonei pela menina. E quando Mônica morreu, minha paixão passou para Rochele. Ela sabia disso, pois eu era muito dedicado a menina. Depois, dediquei todo o meu amor a Rochele”, conta.
Apesar das dificuldades, Heracles está tirando de letra o fato de ter cuidar dos filhos e das responsabilidades inerentes a uma “dona de casa”, afinal de contas, a vida lhe foi a melhor professora. Antes dos filhos se levantarem, o café da manhã já está pronto. Por volta das dez da manhã, todo o almoço já está preparado e fica com o tempo livre para cuidar e se dedicar a pequena Rebeca. “Fazia isso antes, faço agora e farei sempre. Agora, nós vamos vencer juntos. Digo aos meus filhos para que eles olhem o exemplo da mãe deles e que sigam em frente, pois juntos vamos vencer. Não vou desamparar nenhum. De braços dados vamos em frente, pois ser pai é isso, é participar e chegar junto. Amo todos os meus filhos”, destacou.

“Minha vida agora começa tudo do zero. Eu jamais quero outra mulher para colocar dentro de casa, pois penso muito no meu filho. A única mulher na minha vida hoje se chama Rebeca, minha filha de um ano, para educar, criar e fazer com ela siga pelos caminhos direitos. Eu nunca maltratei nenhum dos meus seis filhos, nem precisei bater neles. Só dei amor e todos eles me respeitam”, revelou o fotógrafo.
Neste domingo, data que se comemora o Dia dos Pais, os três filhos mais velhos, cada um de forma separada, já convidaram Heracles para passar a data com ele. Porém, Heracles deve passar o Dia dos Pais, ao lado dos três filhos mais novos (Rebeca, Jonas e Jonatas), na casa de três irmãs da igreja que o chamam de pai, já que elas são órfãs há muito tempo. “Sou pai adotivo delas. Elas me dão presentes, me beijam. Me chamam de painho. Os seis de sangue querem ficar comigo e os três adotivos também. Está uma grande briga. Apesar de todo esse carinho, o Dia dos Pais será muito difícil, pois estarei sem minha Rochele”, disse.
Jonas Campos, o filho mais velho de Heracles e Rochele, conta que o pai é um grande exemplo a ser seguido. “Se eu tiver a sorte de ser, pelo menos um terço do homem que ele é, já estou feliz e satisfeito. Não tenho palavras para expressar o meu amor por ele”, revelou. Já para Jonatas, de 11 anos, o jeito brincalhão do pai e o gosto pela pescaria é o que ele mais gosta no pai.

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