Um
discurso do senador Mário Couto (PSDB-PA), na tribuna do Senado,
chamando os parlamentares de "ladrões", dizendo que a corrupção é
generalizada na política brasileira, e defendendo que o Supremo Tribunal
Federal (STF) analise a evolução patrimonial de todos os deputados e
senadores, na tarde desta terça-feira, provocou protestos de seus pares.
O tucano elogiou o julgamento do mensalão, mas afirmou que ele não é
suficiente.
-
São dezenas ou centenas de parlamentares que estão aqui cheios de
processos nas costas. Está escrito na testa: ladrão. Estão ricos porque
roubaram do povo - afirmou Couto, aos berros, como de costume, na
tribuna do Senado.
A primeira a se manifestar foi a líder do PSB, senadora Lídice da Mata (BA), que reagiu ao discurso do tucano:
- Não aceito esse tipo de pronunciamento. Meu partido tem senadores dignos, honestos.
Líder
do PSDB, o senador Álvaro Dias (PR), tentou colocar panos quentes. Ele
não ouviu o discurso do correligionário, mas tentou minimizá-lo:
- Ele não fez referência a nomes. Não acredito que ele tenha generalizado. Talvez não tenha sido bem entendido.
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que presidia a sessão, também protestou:
- Eu corroboro (com a senadora Lídice da Mata). Ele generalizou, sim.
Horas
depois, Couto voltou ao plenário para reclamar de suposta censura do
Senado ao seu discurso. O presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP),
afirmou que tomaria providências.
- Eu quero que a palavra ladrão esteja contida no meu pronunciamento. É um direito democrático que eu tenho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário