A cerca de 48 horas do início das votações em todos os municípios do
Brasil, o privilégio de vencer a eleição já em primeiro turno é
considerado por 10 candidatos à prefeitura entre as 26 capitais.
Nestas cidades, as intenções de voto dos líderes superam
os 40%, de acordo com as pesquisas mais recentes, enquanto seus
oponentes mais próximos derrapam ao redor dos 20% ou 10%. O Rio de
Janeiro é a capital mais previsível Os 90 dias de campanha eleitoral
apenas comprovaram o favoritismo do atual prefeito
Eduardo Paes
(PMDB) à reeleição contra a oposição de PSOL, PSDB, DEM e PV.
O candidato, cujo apoio soma 15 partidos, vai às urnas
neste domingo com a projeção de 57% das intenções de voto — 66% na
contagem apenas dos votos válidos, modo como a Justiça Eleitoral divulga
o resultado oficial das eleições.
Marcelo Freixo
, do PSOL, espera confirmar 20% dos votos cariocas na segunda posição,
revelou o Datafolha. Porto Alegre e Boa Vista também indicam que mais de
50% dos eleitores já escolheram um candidato:
José Fortunati
, do PDT, com 51% das intenções de voto, e Teresa, do PMDB, com 54%.
A capital com cenário mais polarizado é Belo Horizonte. O atual prefeito
Marcio Lacerda
(PSB) e aliados anunciam uma vitória à militância já neste domingo, apesar do crescimento do rival
Patrus Ananias
(PT), que alcança os 34%. Lacerda aparece com 45% das intenções de
voto, segundo a última pesquisa Datafolha, e 54% contando apenas os
votos válidos.
Na reta final, a capital mineira foi palco de ataques em discurso entre o senador tucano
Aécio Neves
e a presidenta
Dilma Rousseff
, o que deve provodcar efeitos colaterais na boca de urna. “Belo
Horizonte votará em um cenário mais ou menos fragmentado”, observa o
cientista político Leoncio Rodrigues.
Em uma análise partidária das dez capitais prestes à uma
decisão, PT ou PSDB não contam com candidatos em cinco — Goiânia,
Palmas, Aracaju, Maceió e Boa Vista. E em outras três — Porto Alegre,
Rio de Janeiro, Vitória — uma das duas legendas está fora da disputa
pela liderança. “Isso mostra que petistas e tucanos saíram enfraquecidos
destas eleições, perderam espaço”, afirma Rodrigues.
Se o antagonismo entre as duas siglas é mais evidente na
capital mineira, na capital capixaba seus candidatos apresentam
campanhas opostas. O tucano Luiz Paulo Velloso Lucas é o favorito com
43% das intenções de voto. Já Iriny Lopes, do PT, chega apenas aos 16%,
segundo última pesquisa Ibope. Em Porto Alegre, Adão Villaverde (PT) e
Wambert di Lorenzo (PSDB) oscilaram entre 12% e 2%. “Há um esgotamento
desta polarização, desde a eleição para presidente em 1994”, diz Carlos
Melo, professor de Ciência Política do Insper.
“Isso significa um enjoo do eleitor, e o surgimento de
outras alternativas”, acrescenta, citando os casos de São Paulo (
Celso Russomanno
) e Curitiba (Ratinho Jr). “Porém, a maior lição destas eleições é que o
resultado de uma pesquisa é apenas a foto do dia”, pondera.
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