Vice-governador, presidente do PSD e pré-candidato a governador nas
eleições de 2014, Robinson Faria avalia que a má gestão da governadora
Rosalba Ciarlini (DEM) contamina praticamente toda a administração
Estadual. A crítica do líder oposicionista se deve à devolução dos
recursos, da ordem de R$ 2 milhões oriundos de convênios do Estado com o
Ministério da Justiça, esta semana.
“A devolução desses recursos demonstra o que vem se evidenciando
desde o início do governo Rosalba Ciarlini: que há uma total falta de
planejamento no Estado”, afirmou o vice-governador. “Outro dia o governo
perdeu dinheiro para a área de saúde, agora perde recursos que seriam
para uma área crítica, que está apresentando péssimos resultados, que é a
segurança pública”.
Nesta área, os indicadores são os piores possíveis, segundo Robinson
Faria. “E na hora que a população clama por segurança pública e saúde,
há um total despreparo do governo, que fica evidenciado pela falta de
planejamento, de projetos e de políticas públicas. O governo
simplesmente não prioriza a segurança pública, não tem políticas
públicas definidas, não debate com a sociedade e peca pela falta de
planejamento, numa má gestão que hoje contamina praticamente todo o
governo”, afirmou.
O governo do Estado deve devolver ao Ministério da Justiça R$ 2
milhões, por não utilização. Os convênios foram firmados entre os anos
de 2008 e 2010 e tinham como prazo de conclusão das atividades o ano de
2012. O secretário estadual de Segurança e Defesa Social, Aldair da
Rocha, admitiu que parte dos recursos devolvidos é proveniente de metas
não cumpridas, embora os programas tenham sido iniciados.
Robinson questiona o despreparo do Estado, num momento em que a falta
de segurança indigna a grande parcela da população do estado, que sofre
seus os efeitos. “Na segurança, o RN inteiro está indignado. A
insegurança é hoje a maior preocupação. Inclusive em cidades polo do
interior, como Caicó, a população também clama por mais segurança. Em
Natal e na Grande Natal é um desastre. A imprensa mostrou alguns dias
atrás indicadores que mostram Natal em primeiro lugar em homicídios.
Como um Estado que sediará a Copa do Mundo tem uma segurança dessas?”,
questionou.
Segundo Robinson Faria, na saúde o quadro não é menos dramático. “Não
houve nenhuma evolução até agora. Os hospitais todos estão sem
atendimento, faltam medicamentos”. Na sua avaliação, a saúde precisa ser
descentralizada. “A saúde só acontece dando condições de trabalho aos
hospitais regionais, e essa não é a realidade atual”.
TURISMO
Robinson Faria abordou, ainda, a crise no setor de turismo,
ocasionada pela perda de turistas, em parte por causa da baixa
divulgação e também perda de voos. Segundo ele, em relação ao Turismo, o
governo do Estado também demonstra aplicar uma política pública
equivocada. “Primeiro, o governo peca com a falta de diálogo com o
trade, com os empresários, com quem não tem dialogado desde o início.
Contudo, essa é uma prática do atual governo, que nunca dialogou com a
sociedade civil organizada, com o setor produtivo, com o setor do
agronegócio, com os médicos. Este governo que está aí peca pela soberba e
pela falta de diálogo, e o turismo é mais uma evidencia da falta de
diálogo”, observou.
Ainda segundo o vice-governador, Natal que era algum tempo atrás o
primeiro destino turístico do NE e passou a ser o último. “Como Natal e o
RN, que tem praias mais bonitas e a maior rede hoteleira, conseguiu
perder para a Paraíba, que nunca teve um turismo forte? Resposta é
simples: Lá o governo dialoga. Ele tem um centro de convenções em
construção. Nós temos que construir um Centro de Convenções e investir
em férias e investir no turismo religioso. O Estado não tem política
pública de turismo, não tem calendário. Até porque a escolha do
secretário foi conveniência da eleição de Mossoró, foi uma troca. O PR
impôs a Secretaria de Turismo, não foi um consenso do diálogo, do
governo que dialoga com a sociedade, mas uma conveniência”.
Ainda segundo Robinson Faria, a falta de apoio do governo aos
secretários de setores importantes como o Turismo também contribui para o
fracasso da gestão. “Porque, mesmo que tivesse sido um nome indicado
pelo setor, se não tiver o apoio do governo, se não tiver orçamento, de
nada adianta. Isso acontece no Turismo, como ocorre na segurança e em
outras áreas. Já nasce errado. Esse governo que não faz política
pública, mas politicagem”, disse.
Mineiro: “Problema da gestão estadual não é financeiro, é de incompetência administrativa”
O problema do governo do Estado não é financeiro, mas de
incompetência administrativa. A afirmação é do deputado estadual
Fernando Mineiro (PT), um dos líderes da oposição na Assembleia
Legislativa, ao abordar a devolução de verbas para o setor de segurança
pública. Mineiro lembra, contudo, que esta não é a primeira vez que o
governo devolve recursos. E que não é apenas a área de segurança que
sofre com este tipo de problema.
“Ao mesmo tempo em que alega dificuldade financeira, o governo
devolve recursos, como na segurança pública. No ano passado apresentei
requerimento para saber quais convênios que estavam vigorando ou
perdendo recursos. O governo não respondeu. Devolveu recursos para a
segurança e na área de educação, de turismo, e outras áreas”, afirmou o
deputado.
Em verdade, segundo Fernando Mineiro, falta gestão administrativa ao
governo do Estado. “Na verdade, este fato revela falta de gestão e
incompetência, problema do governo para além da questão financeira, é
incompetência administrativa”. Segundo o petista, “nenhuma área se
destaca. O sinônimo do governo é a crise permanente, no turismo, na
segurança, na saúde”.
Relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE), apresentado à
Assembleia Legislativa no primeiro semestre, apontou que o governo do
Estado devolveu mais de R$ 70 milhões por não aplicação no setor de
saúde, outro que enfrenta dificuldades na gestão Rosalba Ciarlini. No
começo do ano, também houve a devolução de recursos ao Ministério da
Justiça, por falta de contrapartida e projetos do Estado para a
construção de penitenciária.
Para o deputado Fernando Mineiro, falta humildade ao governo para
reconhecer a dificuldade e mudar de rumo. “Além disso, o governo mostra
que não consegue viabilizar aquilo que estava apalavrado”, destaca.
Quanto ao arrombamento da Secretaria de Segurança, neste domingo,
Mineiro considera que “dá tristeza” e que é o “reflexo melancólico da
situação do governo”. Ele finaliza, indagando: “Que é falta mais
acontecer nesse governo? Governo com crise sem precedentes na saúde,
quando a governadora é pediatra. E agora um arrombamento na própria
Secretaria de Segurança, que deveria ser a responsável por dar segurança
à população do Estado”.
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