A um ano e meio antes das eleições de 2014, surgem os primeiros
números para o pleito que vai definir a sucessão da governadora Rosalba
Ciarlini (DEM). Segundo o instituto Consult, 80,71% da população ainda
não sabe em quem vai votar. Mas, apesar da indefinição, 47,9% afirmam
que não votarão na reeleição da democrata. O alto índice de rejeição é
confirmado quando a pergunta é sobre a administração democrata. Hoje,
71,7% dos potiguares desaprova a gestão rosalbista.
A pesquisa, feita por iniciativa do próprio instituto, foi realizada
entre os dias 25 e 28 de janeiro, e contou com 1,7 mil entrevistas. A
metodologia empregada seguiu o método quantitativo. Ao todo, a área de
abrangência atingiu as 10 regiões do estado, sendo representado por 58
municípios. Os resultados do levantamento estão sujeitos a um erro
máximo de 2,3% para mais ou para menos, com confiabilidade de 95%.
Na pergunta não estimulada, além da indefinição de mais de 80% dos
eleitores, outros 4% citaram a vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria
(PSB) como a preferida. O ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho
(PMDB) surge com 3,18%, seguido pelo prefeito Carlos Eduardo Alves
(PDT) com 2%. A governadora Rosalba Ciarlini (DEM) tem apenas 1,82% e o
vice-governador Robinson Faria (PSD) 0,94%.
Quando questionados em quem não votariam para o governo em 2014, a
governadora conquista uma liderança folgada. Enquanto 47,9% rejeitam
Rosalba, apenas 13,4% dizem não votar de “maneira alguma” na
vice-prefeita Wilma de Faria. Em terceiro aparece o deputado federal
Henrique Alves (PMDB), com 4,4%, seguido pelo vice-governador Robinson
Faria com 3,8%. Garibaldi (3,4%) e Carlos Eduardo (2,4%) completam a
lista. As opções “todos” e “não sabe dizer” somaram 26,7%.
A Consult quis saber ainda se os eleitores aprovam ou desaprovam, “de
uma maneira geral”, o governo Rosalba. Como foi dito acima, 71,71%
foram desfavoráveis a democrata, enquanto apenas 18,53% disseram aprovar
o governo. “Sem opinião formada” atingiu 9,76%.
Rosalba seria derrotada por Wilma, Robinson, Garibaldi e Carlos Eduardo
A Consult realizou ainda pesquisa sobre vários cenários de forma
estimulada com relação a disputa pelo governo do estado. Em um deles, a
vice-prefeita Wilma de Faria lidera com 38,29% dos votos, seguida pelo
vice-governador com 17,18%. A governadora Rosalba Ciarlini aparece na
terceira posição com 12,88%. Nenhum e não sabe dizer somaram 31%.
No segundo cenário a liderança é do prefeito Carlos Eduardo Alves
(PDT) com 27,35%. Robinson Faria tem 23,53% e Rosalba 14,94%. Nenhum e
não sabe dizer atingiram 34%.
Nas opções com a presença do ministro Garibaldi Alves Filho, o
peemedebista lidera com 38,24%. A vice-prefeita Wilma de Faria tem
29,82% e Rosalba novamente aparece na terceira posição com apenas 9,53%.
Nenhum e não sabe somaram 22%.
Em uma disputa polarizada, Wilma de Faria também venceria a
governadora, dessa vez com 46,94%. Rosalba teria 16,12%. Outros 37% não
sabem em quem votar. Já no cenário restrito a disputa entre Robinson e
Rosalba, o vice-governador sairia vitorioso com 35,76%, enquanto a
democrata ficaria com 18,18%. Os indecisos somam 46%.
Se a disputa fosse entre Carlos Eduardo e Rosalba, o prefeito teria
42,82% enquanto a governadora ficaria com 17,53%. Mais de 39% estão
entre os indecisos nesse cenário.
Saúde e Segurança pública são os principais problemas
Outro dado revelado pelos números do instituto Consult diz respeito
aos maiores problemas do estado. Segundo os eleitores potiguares, as
dificuldades enfrentadas na saúde são as mais preocupantes. Mais de 47%
dos entrevistados optaram pelo setor, que acabou de sair do estado de
calamidade pública, decretado ano passado pela governadora Rosalba
Ciarlini.
A segurança pública foi apontada como maior problema por 30,6% da
população, enquanto o desemprego aparece como terceira opção, com 12,5%.
A seca e o desabastecimento de água teve 9,4% dos votos.
Apenas 5,8% dos eleitores classificaram a educação como o maior
problema do Rio Grande do Norte, seguida pelo saneamento básico (3,6%). A
falta de moradia teve 0,8% e as estradas 0,6%. “Todos”, “outro” e “não
sabe dizer” atingiram 7%.
Maioria da população dá nota zero ao governo Rosalba, diz Consult
No levantamento feito pela pesquisa Consult, os eleitores foram
questionados sobre a nota que dariam ao governo Rosalba Ciarlini, de
zero a dez. Segundo os números, 34,18% deram nota zero ao governo
democrata, enquanto 15,12% optaram pela nota cinco. Ao considerar todos
os votos, a nota, em média, atingida pela gestão rosalbista foi de 3,2.
Os eleitores também puderam dar notas para as principais áreas da
administração democrata. Na saúde pública, 31,06% também concederam zero
ao governo. Outros 15,88% deram nota cinco e 12,76% nota três. A média
foi de três.
No quesito educação, o governo saiu do zero. A maioria dos eleitores
pesquisados (23,29%) deram nota cinco a administração estadual com
relação ao sistema público de ensino. A segunda opção mais votada foi a
nota zero, com 17,88%. No final, a nota média foi de 4,2.
Também obteve nota zero, por parte da maioria dos eleitores, a
segurança pública potiguar. Ao todo 31,53% deram o valor mínimo nesta
área. A nota cinco foi escolhida por 14,35%, enquanto 12,12% deram nota
três. A média final foi de 2,8.
Paulo de Tarso: “Avaliação do governo não é boa, mas há tempo para melhorar”
Diretor do instituto Consult, o empresário Paulo de Tarso explica que
objetivo da pesquisa foi apontar “a realidade do atual cenário político
e administrativo” do Rio Grande do Norte. Sobre os números, reconhece o
mal momento da governadora Rosalba Ciarlini, mas ressalta que ainda há
tempo para reverter a situação.
“A avaliação do governo não está boa, não é positiva, mas é
importante que os membros da gestão não vejam os números como uma
crítica, mas como um subsídio, uma prestação de serviço, uma
contribuição ao governo”, disse, enfatizando que o levantamento mostra o
que a população de cada região do estado pensa sobre os problemas
potiguares.
Ao ser questionado se, mesmo com os índices negativos, a governadora
teria chances de melhorar sua imagem antes do pleito do próximo ano,
Paulo de Tarso disse que “o cenário está aberto. São análises pontuais e
de momento. Tanto pode haver a reversão da avaliação como a mudança
desse quatro político pesquisado”.
Sobre o objetivo em realizar a pesquisa, que não foi encomendada por
ninguém, mas foi feita por iniciativa da própria Consult, o empresário
lembrou que o mesmo trabalho foi “feito na disputa pela Prefeitura,
quando divulgamos os primeiros números com esta mesma distância para o
pleito”, relembra.
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