Médicos do Rio Grande do Norte
realizaram no final da manhã deste sábado (26), em Natal, um protesto
contra as condições alarmantes em que se encontra a saúde pública no
estado, percorrendo trechos das avenidas Hermes da Fonseca e Salgado
Filho – entre a Associação Médica do RN e o Complexo Hospitalar
Monsenhor Walfredo Gurgel. A ‘Marcha do Fio de Aço’, como foi chamado o
ato, recebeu este nome em alusão à falta de fio de aço para fechar um
paciente durante uma cirurgia de emergência realizada no próprio
Walfredo Gurgel – maior unidade pública de saúde no estado. A situação
levou o cirurgião Jeancarlo Cavalcanti, que também é presidente do
Conselho Regional de Medicina do RN, a filmar o caso. As imagens foram
exibidas pelo Jornal Hoje, da Rede Globo, no último dia 17.
Após a divulgação do vídeo, Jeancarlo
foi denunciado pelo secretário estadual da Saúde, Isaú Gerino, ao
Conselho Federal de Medicina e ao próprio Conselho Regional de Medicina.
“Fui alvo das denúncias e acusado de ser antiético porque falei a
verdade. Dizem que imagens valem mais que mil palavras, por isso decidi
mostrar o caos em que se encontra a nossa saúde. Foi isso o que eu fiz”,
defendeu-se o médico.
Em nota, a Secretaria de Saúde disse que
o direito de expressão de todos os segmentos da sociedade é um
princípio democrático inquestionável. “A Sesap reconhece os problemas
crônicos da rede de saúde estadual, mas assegura que o Governo vem
trabalhando com empenho e seriedade para dar respostas efetivas”,
acrescentou.
Quanto ao vídeo divulgado pelo médico
Jeancarlo Cavalcanti, “a Secretaria de Saúde entende que há meios
legítimos e canais apropriados para a efetivação de qualquer tipo de
denúncia. O episódio está sendo apurado para que se tomem as medidas
administrativas cabíveis.
Jeancarlo participou da ‘Marcha do Fio
de Aço’. Ele disse que estuda, enquanto presidente do Cremern, rebater
as denúncias feitas pelo Governo por meio de uma ação. “Estou vendo essa
possibilidade. A saúde do Rio Grande do Norte está um caos. Faltam
medicamentos, equipamentos básicos e os corredores das unidades estão
lotados. Também faltam leitos de UTI e os profissionais estão
desmotivados e não recebem da governadora, que é médica, o valor que
merecem”, disse ele.
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