O presidente do PSD no Rio Grande do Norte, vice-governador Robinson
Faria, afirmou na manhã de hoje que a oposição deixa as urnas de 2012
com alguns nomes lembrados para 2014. Entre eles, o do próprio Robinson
para o Governo do Estado e o da deputada federal Fátima Bezerra (PT)
para o Senado. Bastante comentada, segundo Robinson, a chapa saiu
praticamente consolidada das urnas este ano.
Para o presidente do PSD, porém, os nomes que irão compor a chapa da
oposição em 2014 ainda irão surgir no processo, naturalmente. “Durante a
campanha municipal deste ano, meu nome foi lembrado em várias cidades
para o Governo do Estado, principalmente em razão do meu rompimento com a
governadora Rosalba Ciarlini. Porém, a eleição de 2014 não será
decidida por mim, mas pelas bases dos partidos que integram a oposição e
pelas lideranças do interior do Estado”, afirmou. ‘No último pleito,
até em palanque do DEM meu nome foi lembrado”, contou Robinson esta
manhã, ao ser abordado pela reportagem sobre o tema.
Ainda em relação a 2014, o vice-governador afirmou que existe uma
articulação envolvendo os principais partidos de oposição, constituído
por PT, PSD, PSB e PDT. “Estamos irmanados em Natal, principalmente após
a eleição em segundo turno”, afirmou o vice-governador.
Neste sentido, alguns facilitadores para Robinson e Fátima começam a
dar sinais. A exclusão antecipada da chapa de lideranças oposicionistas
como o prefeito de Natal, Carlos Eduardo (PDT), e a vice-prefeita eleita
e ex-governadora, Wilma de Faria (PSB), dará fluidez ao fechamento do
grupo, porque evitará congestionando da chapa majoritária.
WILMA APOIARIA ROBSON PARA GOVERNADOR
E FÁTIMA PARA O SENADO
Nesta quinta-feira, a presidente do PSB Wilma de Faria anunciou que
não disputará cargo majoritário em 2014. Em entrevista a uma emissora de
rádio, Wilma não afirmou, mas deixou claro que pretende disputar um
cargo no legislativo, que poderia ser de deputada federal. Presidente do
PDT, Carlos Eduardo anunciou no dia da eleição, proclamado o resultado
das urnas, que será candidato à reeleição em 2016, não disputando cargos
na eleição de 2014.
Com isso, restam os nomes de Robinson e Fátima para serem trabalhados
como candidatos majoritários, inclusive com a possibilidade de que o
vice da chapa venha a ser indicado por forças de expressão nacional como
o PT da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula, ou o PSB do
governador de Pernambuco e provável presidenciável em 2018, Eduardo
Campos.
Na possibilidade de o PT indicar, o nome mais forte para compor como
vice é o do deputado estadual Fernando Mineiro, que como candidato a
prefeito de Natal neste ano obteve respaldo da população da capital para
a disputa de cargos futuros. Já se a indicação do vice partir do PSB,
os nomes lembrados são os da deputada federal Sandra Rosado (PSB) ou da
deputada estadual Larissa Rosado (PSB), ambas também como vice. Mas há
também a possibilidade de um rompimento do PMDB com o Governo, que
passaria a fortalecer ainda mais a oposição, indicando o candidato a
vice-governador, que poderia ser o deputado Walter Alves, filho do
ministro Garibaldi Alves Filho.
“Nós temos neste grupo um diálogo muito bom, uma grande harmonia.
Estamos sempre dialogando”, confirmou Robinson, se referindo ao grupo
integrado por PSD, PT, PDT e PSB.
PMDB
Reticente a falar de um partido que faz parte de outro sistema
político, Robinson Faria disse ainda que o PMDB, dos líderes Garibaldi
Filho, Henrique Alves e Walter Alves, “é um aliado de peso, que todo
candidato a governador gostaria de ter”.
A frase surge em meio às declarações de insatisfação de parte do
PMDB, que nos últimos dias manifestou a preocupação de discutir se
permanecerá aliado à governadora Rosalba Ciarlini para as eleições de
2014, quando ela poderá disputar a reeleição.
O ministro Garibaldi, principal expressão eleitoral do PMDB, e o
deputado estadual Walter Alves, que lidera o partido na Assembleia
Legislativa, confirmaram, em entrevistas ao Jornal de Hoje, que a falta
de articulação do governo está distanciando os peemedebistas da base
política de apoio da governadora.
“Não posso falar nada que inclua o PMDB, mas isso não é uma opinião
exclusiva minha, o PMDB é um aliado que qualquer candidato ao governo
gostaria de ter”, ressaltou Robinson, que passou a ser um nome natural
ao governo após romper com o governo Rosalba Ciarlini, em outubro de
2011. “Pela força do PMDB, pela expressão eleitoral do ministro
Garibaldi”, completou a frase o vice-governador, sem querer comentar a
indicação do líder Walter Alves como um provável vice na chapa da
oposição.
Sobre a suposta crise entre o governo e o PMDB, Robinson disse não
poder opinar. “Esse problema entre o governo e o PMDB é da convivência
de partidos que estão no poder, tanto o PMDB quanto o DEM. É um assunto
deles”, descartou Robinson, ao ser provocado a respeito. “Se existe
crise, quem pode falar são eles. Eu não posso falar de aliança da qual
eu não faço parte. Digo isso com todo respeito ao PMDB, partido que
respeito, mas que deve estar avaliando se ainda vale à pena permanecer
nesta aliança. Acho que o PMDB está escutando suas bases e está
preocupado com os rumos do Estado”, afirmou.
“A novidade no governo Rosalba é o discurso oportunista”
Rompido com a governadora Rosalba Ciarlini desde outubro de 2011, o
vice-governador Robinson Faria fica à vontade para analisar a atual
situação administrativa do Rio Grande do Norte. Na avaliação do
presidente estadual do PSD, o atual comando de gestão estadual permanece
sem inovar, mantendo o Estado na mesma situação em que encontrou ao
assumir em janeiro de 2011. Para o pessedista, porém, a única mudança
foi o “discurso oportunista” do governo, que tenta pegar carona no
desenvolvimento propiciado pelo setor privado.
“A minha posição é a mesma, não houve evolução, nem avanço em nenhum
setor”, avalia Robinson, antes de pontuar os serviços essenciais. Na
saúde, de acordo com ele, o estado de calamidade não funcionou e impera
um caos cada vez mais generalizado. No setor de estruturação do estado,
faltam projetos novos. “A não ser o discurso oportunista, que pega
carona de setores privados”, explica.
Para Robinson, o governo se associa à energia eólica, que é um setor que
depende basicamente de investimentos privados. Rosalba também tenta
usufruir do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, que é um investimento
do governo federal em parceria com a iniciativa privada. “Além desses, o
governo tenta se acoplar a obras que já estavam em andamento quando
chegou, como a Copa do Mundo, que já estava consagrada”.
Ou seja, segundo o presidente do PSD, Rosalba não trouxe nenhum
projeto inovador para o RN. “É um governo que peca pela mesmice, pela
falta de criatividade, que não inova. Não há nada que tenha para
anunciar para a população, em nenhum setor. Não há desenvolvimento em
educação e em saúde”.
Ainda segundo Robinson Faria, os dados são estarrecedores. O RN é
penúltimo lugar em desemprego. No Turismo, o Estado passa pelo maior
baque da sua história, por falta de parcerias. Na área rural, há
falência por falta de parcerias governamentais. O programa do leite foi
desativado e a seca desola o sertão.
“Não há um programa para diminuir os efeitos da seca. O governo
sempre espera a União, não toma uma iniciativa. A governadora vive em
Brasília, quase não governa. Não se vê resultado de nada. Em dois anos o
Governo não tem nada para comemorar. A população só tem a lamentar”,
analisa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário