Niemeyer havia sido internado no início de novembro no Hospital Samaritano, em Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro, com um quadro de infecção respiratória e desidratação.
O corpo de Niemeyer segue na manhã de quinta para o Palácio do Planalto, onde será velado até o final da tarde. No começo da noite volta para o Rio, e será velado no Palácio da Cidade. À noite fica fechado apenas para a família, e abre pela manhã na sexta-feira para o público.
Nos últimos anos, Niemeyer já havia passado por internações no mesmo hospital para ser submetido a cirurgias de retirada da vesícula e de um tumor no cólon, e também para tratar uma infecção urinária.
De acordo com o médico Fernando Gjorup, responsável por seu tratamento no Hospital Samaritano, Niemeyer estava acompanhado da mulher, Vera Lúcia Cabreira, e cerca de dez pessoas da família quando morreu, na unidade coronariana.
"Desde ontem, ele teve sinais de piora, nos exames laboratoriais, com infecção respiratória. Hoje (5) de manhã, foi entubado e ventilado por aparelhos. Ele não tolerou", explicou o médico.
Gjorup revelou que durante a internação de 33 dias o arquiteto chegou a conversar sobre projetos futuros e nunca falou sobre morte.
Nascido Oscar Niemeyer Soares Filho em 15 de dezembro de 1907, no Rio de Janeiro, Oscar Niemeyer foi o principal arquiteto brasileiro da história.
Formou-se em arquitetura pela Escola Nacional de Belas Artes em 1934 e, dois anos depois, integrou a comissão criada para definir os planos da sede do Ministério da Educação e Saúde, no Rio de Janeiro, com a supervisão do arquiteto suíço Le Corbusier (1887-1965).
Entre 1940 e 1944, projetou, por encomenda do então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek (1902-1976), o conjunto arquitetônico da Pampulha. As construções são um marco em sua obra, porque pela primeira vez utiliza superfícies curvas, explorando as possibilidades plásticas do concreto armado.
Em 1947, é convidado pela Organização das Nações Unidas a participar da comissão de arquitetos encarregada de definir os planos de sua futura sede em Nova York. Seu projeto, associado ao de Le Corbusier, é escolhido como base do plano definitivo.
Em 1956, o presidente da República, Juscelino Kubitschek, o convida a colaborar na construção da nova capital do Brasil, Brasília, cujo plano urbanístico é confiado a Lucio Costa. Em 1958, é nomeado arquiteto-chefe de Brasília, para onde se transfere e permanece até 1960.
Entre os projetos mais importantes de Niemeyer destacam-se o Parque Ibirapuera, em São Paulo, de 1951; a sede do Partido Comunista Francês, em Paris, de 1965; a Escola de Arquitetura de Argel, na Argélia, de 1968; o Memorial da América Latina, em São Paulo, de 1989; e o Museu de Arte Moderna, em Niterói, de 1996.
Casou-se pela primeira vez em 1928, aos 21 anos, com Anita Baldo. O casal teve uma filha, Anna Maria Niemeyer (1931-2012), que deu ao arquiteto cinco netos e treze bisnetos. Ficou viúvo em 2004 e, dois anos depois, casou-se com sua secretária, Vera Lúcia Cabreira.
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