HOJE (15) é o Dia do Professor, muitos reconhecem a importância desses
trabalhadores, pois são eles que ajudam a formar os cidadãos. Sem o
docente, ninguém saberia matemática, ciências, língua portuguesa e
outras matérias que nós aprendemos durante toda a nossa vida escolar.
Infelizmente, a profissão é cada vez mais desvalorizada a partir de
diversos pontos negativos. Por isso, o interesse em exercer também
diminuiu.
Mas para Fátima Cardoso, presidente do Sindicato dos
Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Norte (SINTE-RN), os
magistérios não têm muito que o que comemorar amanhã. "É um momento de
relembrar as lutas dos profissionais para ter melhores condições de
trabalho. Apesar de todas as adversidades, nós conseguimos exercer a
profissão com coragem e temos amor aos nossos alunos”, afirma.
A
pesquisa “Retrato das Escolas 3”, organizada pela Confederação Nacional
dos Trabalhadores em Educação (CNTE), feita no ano de 2003, entrevistou
pessoas de vários estados brasileiros, incluindo o Rio Grande do Norte.
Apesar dos dados terem quase uma década, a realidade dos professores
ainda é a mesma e é uma das pesquisas mais recentes sobre o assunto.
O
estudo apontava que 71% dos docentes brasileiros atuam em escolas da
rede pública, sendo que 48% trabalham numa jornada de trabalho de 40
horas. 43% afirmaram que tinha problemas de saúde.
Um fato
interessante na pesquisa feita há nove anos é sobre as respostas sobre a
relação dos trabalhadores com a informática. 64% responderam que não
sabiam mexer em um computador, 48% não têm o aparelho e 49% admitiram
que não usam a internet.
Os dados ainda falam que 85,3% dos
magistrados do Rio Grande do Norte são mulheres e 57% dos profissionais
estão entre as idades de 40 a 59 anos. 69,3 % falaram para o CNTE que
realizaram um curso de graduação, sendo que apenas 11,8% deles fizeram
alguma especialização. Somente 40,7% dos professores falaram que lia de
vez em quando algum livro.
O tempo de serviço na docência é no
mínimo de 25 anos, mas a pesquisa mostrou que o tempo máximo que eles
atuam é de 18 anos. 68,2% dos trabalhadores em educação não são
aposentados.
Sobre esse assunto, Fátima comentou que a falta de
condições de trabalho - como uma boa infraestrutura nas dependências da
escola, melhor carga horária e salário- motivaram a muitos de seus
colegas de trabalho a buscar outra profissão. Ela disse que esse
problema acontece tanto de professores que trabalham em escolas
estaduais quanto as municipais.
Um outro estudo feito em 2010
pela Fundação Lemann e pelo Instituto Futuro Brasil (IFB) mostra que a
profissão, apesar dos pontos negativos, está atraindo novas pessoas. Os
dados mostram que o Brasil ganhou 4500 professores no Ensino Fundamental
por ano. Esse aumento no número de docentes do Ensino Fundamental se
deve principalmente ao incremento no número de matrículas deste nível de
ensino na última década.
Porém, a pesquisa aponta que 60% dos docentes estão ensinando nas salas das turmas de Ensino Médio.
Os
dados apontam que a flexibilidade da carga horária, férias por mais
tempo, baixa taxa de desemprego e a vontade de realizar um
desenvolvimento social são um dos fatores para alguns quererem trabalhar
como professores.
Eles também mostram que há poucos incentivos
financeiros para os alunos do Ensino Médio se tornar professores. Embora
as disparidades salariais entre os docentes do setor público e as
demais carreiras tenham diminuído ao longo dos anos.
Fátima
Cardoso conta que apesar dos problemas, o trabalho é compensador e
gratificante, uma vez que eles recebem o reconhecimento dos estudantes e
da sociedade. “É uma profissão que passa e guia o conhecimento”. A
professora também fala que é muito bom ver um ex-aluno lhe cumprimentar
na rua e elogiar o seu trabalho.
NOMINUTO.COM
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